O futuro de UX em um mundo de IAs multimodais e agentes hierárquicos
Novas tendências tecnológicas começam a levantar novos questionamentos.Imagem de FreepikNos últimos anos, a evolução das inteligências artificiais (IAs) tem mudado radicalmente como interagimos com dispositivos eletrônicos. E o ritmo dessa transformação só tende a acelerar.Com o avanço das IAs multimodais — ou seja, aquelas capazes de entender e combinar diferentes tipos de dados como texto, voz, imagens e vídeos — a interação com a tecnologia está se tornando cada vez mais natural e fluida.Imagine esse cenário:Você usa um discreto par de óculos inteligentes que exibem informações diretamente nas lentes, visíveis apenas para você.Esses óculos estão integrados a um anel que detecta movimentos da sua mão para controlar a interface virtual.Com microfones embutidos, o dispositivo está pronto para receber comandos de voz complexos. As hastes funcionam como fones de ouvido extra-auricular, fornecendo feedback e na voz que você escolher.Talvez ainda seja necessário carregar um smartphone no bolso para acomodar o hardware que processa tarefas mais pesadas, mas ele funcionaria como uma central silenciosa, dando apenas suporte a essa experiência integrada e praticamente dispensando a interação com a tela.Esse cenário já é mais real do que você imagina.Foto de Pavel DanilyukAgentes de IA: mudando as regras do jogoOs chamados agentes verticais são altamente especializados em tarefas específicas e já começam a competir diretamente com a mão de obra humana em várias áreas. Mas o que chama ainda mais atenção é a tendência dos agentes verticais hierárquicos.Eles funcionam como times de IAs especializadas, cada uma focada em uma etapa do processo, colaborando para entregar resultados de alta qualidade.Nesse contexto, surge uma pergunta inevitável:Até quando vamos precisar otimizar a experiência das pessoas usuárias?Se as interfaces visuais estão se tornando menos relevantes e as IAs entendem linguagem falada de forma natural, quais novos desafios de usabilidade vão surgir?Os novos desafios de usabilidadeEmbora a tecnologia esteja avançando, o acesso a esses dispositivos e serviços ainda é caro. A configuração pode ser complicada, e a curva de aprendizagem ainda pode afastar algumas pessoas. No entanto, sabemos que toda tecnologia tende a se popularizar e ficar mais acessível com o tempo. Assim, profissionais de experiência da pessoa usuária vão garantir que essas tecnologias sejam realmente inclusivas e fáceis de usar.Se tivermos times de IAs cuidando de tarefas repetitivas (como responder e-mails e mensagens simples), as pessoas ganharão mais tempo para atividades que realmente importam: curtir a natureza, passar tempo com a família, relaxar, meditar ou simplesmente ler um bom livro.Mas, até lá, ainda precisaremos ajustar e aperfeiçoar esses agentes para evitar erros graves e alucinações que possam comprometer suas funções.Ainda não dá para confiar 100% em robôs.Foto de Fabian WiktorO futuro de UX: mais estratégico ou menos necessário?Com esses avanços, como será o papel das pessoas que trabalham com UX? Produtos digitais ainda precisarão de especialistas em UX? Ou a pesquisa de UX (UX Research) será suficiente para identificar problemas e passar essas informações para um exército de agentes de IA resolver?UX Writers, por exemplo, vão continuar escrevendo para humanos ou passarão a escrever para robôs, ajustando prompts e fluxos de conversa para IAs?Com a ascensão das interfaces de voz (VUI, voice user interfaces), o trabalho de design de experiência vai se concentrar menos em telas e mais na compreensão de como as pessoas se comunicam naturalmente.Foto de PixabayReflexões sobre o futuroEsse futuro próximo levanta algumas questões importantes:Como será o papel de UX em um mundo onde a tecnologia é quase invisível?Quais problemas de usabilidade podem surgir em ambientes dominados por interfaces de voz e gestos? (lembrando que já existem tecnologias capazes de filtrar todo o som captado para entender uma instrução sussurrada)UX Research será suficiente para guiar IAs na criação de soluções?UX Writers vão escrever para pessoas ou para robôs? Instruções de uso ou instruções de como devem se comportar os agentes de IA?Se IAs fizerem quase tudo por nós, como vamos usar nosso tempo livre?Estamos caminhando para um cenário onde cada um de nós será a liderança de uma equipe pessoal de IAs. E poderemos ter mais de um time de IA, talvez um pessoal e outro profissional.Até mesmo os sites tendem a ficar obsoletos porque nossos agentes de IA vão se comunicar com os agentes de IA das empresas para obter qualquer informação.O quanto estamos prontos para essa realidade?Como você enxerga esse futuro?ReferênciasAll About AI — What Are AI Agents? Benefits, Use Cases, Types and Real-World ApplicationsBias Academy — UX/UI na Era da Inteligência Artificial: desafios e possibilidadesBotpress — What are the Different Types of AI Agents?Canaltech — Agentes autônomos, modelos eficientes e mais: 6 tendências de IA para 2025IBM — O que é IA multimod
Novas tendências tecnológicas começam a levantar novos questionamentos.
Nos últimos anos, a evolução das inteligências artificiais (IAs) tem mudado radicalmente como interagimos com dispositivos eletrônicos. E o ritmo dessa transformação só tende a acelerar.
Com o avanço das IAs multimodais — ou seja, aquelas capazes de entender e combinar diferentes tipos de dados como texto, voz, imagens e vídeos — a interação com a tecnologia está se tornando cada vez mais natural e fluida.
Imagine esse cenário:
Você usa um discreto par de óculos inteligentes que exibem informações diretamente nas lentes, visíveis apenas para você.
Esses óculos estão integrados a um anel que detecta movimentos da sua mão para controlar a interface virtual.
Com microfones embutidos, o dispositivo está pronto para receber comandos de voz complexos. As hastes funcionam como fones de ouvido extra-auricular, fornecendo feedback e na voz que você escolher.
Talvez ainda seja necessário carregar um smartphone no bolso para acomodar o hardware que processa tarefas mais pesadas, mas ele funcionaria como uma central silenciosa, dando apenas suporte a essa experiência integrada e praticamente dispensando a interação com a tela.
Esse cenário já é mais real do que você imagina.
Agentes de IA: mudando as regras do jogo
Os chamados agentes verticais são altamente especializados em tarefas específicas e já começam a competir diretamente com a mão de obra humana em várias áreas. Mas o que chama ainda mais atenção é a tendência dos agentes verticais hierárquicos.
Eles funcionam como times de IAs especializadas, cada uma focada em uma etapa do processo, colaborando para entregar resultados de alta qualidade.
Nesse contexto, surge uma pergunta inevitável:
Até quando vamos precisar otimizar a experiência das pessoas usuárias?
Se as interfaces visuais estão se tornando menos relevantes e as IAs entendem linguagem falada de forma natural, quais novos desafios de usabilidade vão surgir?
Os novos desafios de usabilidade
Embora a tecnologia esteja avançando, o acesso a esses dispositivos e serviços ainda é caro. A configuração pode ser complicada, e a curva de aprendizagem ainda pode afastar algumas pessoas. No entanto, sabemos que toda tecnologia tende a se popularizar e ficar mais acessível com o tempo. Assim, profissionais de experiência da pessoa usuária vão garantir que essas tecnologias sejam realmente inclusivas e fáceis de usar.
Se tivermos times de IAs cuidando de tarefas repetitivas (como responder e-mails e mensagens simples), as pessoas ganharão mais tempo para atividades que realmente importam: curtir a natureza, passar tempo com a família, relaxar, meditar ou simplesmente ler um bom livro.
Mas, até lá, ainda precisaremos ajustar e aperfeiçoar esses agentes para evitar erros graves e alucinações que possam comprometer suas funções.
Ainda não dá para confiar 100% em robôs.
O futuro de UX: mais estratégico ou menos necessário?
Com esses avanços, como será o papel das pessoas que trabalham com UX? Produtos digitais ainda precisarão de especialistas em UX? Ou a pesquisa de UX (UX Research) será suficiente para identificar problemas e passar essas informações para um exército de agentes de IA resolver?
UX Writers, por exemplo, vão continuar escrevendo para humanos ou passarão a escrever para robôs, ajustando prompts e fluxos de conversa para IAs?
Com a ascensão das interfaces de voz (VUI, voice user interfaces), o trabalho de design de experiência vai se concentrar menos em telas e mais na compreensão de como as pessoas se comunicam naturalmente.
Reflexões sobre o futuro
Esse futuro próximo levanta algumas questões importantes:
- Como será o papel de UX em um mundo onde a tecnologia é quase invisível?
- Quais problemas de usabilidade podem surgir em ambientes dominados por interfaces de voz e gestos? (lembrando que já existem tecnologias capazes de filtrar todo o som captado para entender uma instrução sussurrada)
- UX Research será suficiente para guiar IAs na criação de soluções?
- UX Writers vão escrever para pessoas ou para robôs? Instruções de uso ou instruções de como devem se comportar os agentes de IA?
- Se IAs fizerem quase tudo por nós, como vamos usar nosso tempo livre?
Estamos caminhando para um cenário onde cada um de nós será a liderança de uma equipe pessoal de IAs. E poderemos ter mais de um time de IA, talvez um pessoal e outro profissional.
Até mesmo os sites tendem a ficar obsoletos porque nossos agentes de IA vão se comunicar com os agentes de IA das empresas para obter qualquer informação.
O quanto estamos prontos para essa realidade?
Como você enxerga esse futuro?
Referências
- All About AI — What Are AI Agents? Benefits, Use Cases, Types and Real-World Applications
- Bias Academy — UX/UI na Era da Inteligência Artificial: desafios e possibilidades
- Botpress — What are the Different Types of AI Agents?
- Canaltech — Agentes autônomos, modelos eficientes e mais: 6 tendências de IA para 2025
- IBM — O que é IA multimodal?
- MCCOY, Julia. AI in 2025: Goldman Sachs & Google Predict ‘Hybrid AI Workforce’ Revolution
- NILLARD, Frank. 16 Months of Building AI Agents in 60 Minutes
- Olhar Digital — O que é a IA multimodal e para que ela serve?
- OTTLEY, Liam. This AI Technology Will Replace Millions
- VAN SPRUNDEL, Ben. This 20+ AI Agent Team Automates ALL Your Work
- XU, Wei. A “User Experience 3.0 (UX3.0)” Paradigm Framework:
User Experience Design for Human-Centered AI Systems - Zeev — Agentes de IA: o que são e como funcionam
O futuro de UX em um mundo de IAs multimodais e agentes hierárquicos was originally published in UX Collective