Dengue: mais de 170 mil casos e 38 mortes apenas em janeiro
Balanço é do Ministério da Saúde. De todas as unidades da Federação, a que apresenta os piores índices é São Paulo. E das regiões do país, o Sudeste é a que mais preocupa
Dados do Painel de Monitoramento de Arboviroses, do Ministério da Saúde, mostram que janeiro registrou 170.376 casos prováveis de dengue, 38 mortes e outros 201 óbitos estão em investigação. De acordo com o levantamento, o coeficiente de incidência da doença no país é de 80,1 casos para cada 100 mil habitantes. O estado de São Paulo lidera com o maior número absoluto de infecções.
A distribuição dos casos prováveis de dengue no Brasil mostra que 54% dos casos foram registrados entre mulheres e 46% entre homens. Em termos raciais, 51,3% das infecções ocorreram entre pessoas brancas, 32,4% entre pardas, 4,4% entre negras e 1,1% entre amarelas. Quanto à faixa etária, os grupos mais afetados são de 20-29 anos, 30-39 anos e 40-49 anos — isso que dizer que que a doença atinge uma parcela da população adulta.
São Paulo lidera com 100.025 casos prováveis, seguido por Minas Gerais, com 18.402; Paraná, com 9.424; e Goiás, com 8.683. Em relação ao coeficiente de incidência, o Acre lidera com 391,9 casos por cada 100 mil habitantes, seguido por São Paulo (217,6), Mato Grosso (193,9) e Goiás (118,1).
A situação nas regiões Norte e Nordeste continuam estáveis ou com pequenas reduções no número de casos, porém a do Sudeste — sobretudo São Paulo — tem se mostrado preocupante. O secretário-adjunto de Vigilância em Saúde e Ambiente, Rivaldo Venâncio, chamou atenção para a duplicação de casos de dengue no território paulista em comparação com o mesmo período de 2024.
"Quando mergulhamos o olhar sobre São Paulo, estamos observando, semana após semana, o dobro do número de casos de dengue, quando comparamos com 2024", destacou.
Esse crescimento, segundo o Ministério da Saúde, está relacionado à maior circulação do sorotipo 3 do vírus da dengue, que está se tornando predominante em diversas localidades, especialmente em São Paulo e em algumas áreas do Paraná. Venâncio mencionou que, desde julho de 2024, a detecção do sorotipo 3 tem crescido mês a mês, o que tem contribuído para a alta nos números de casos.
Para tentar mitigar a situação, o governo federal está implementando ações para conter a disseminação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, da zika e da chikungunya. A campanha Mobilização Nacional nas Escolas: combater o mosquito e promover saúde no território, que começou ontem, objetiva conscientizar crianças, professores e a comunidade escolar sobre a importância da prevenção dessas doenças.
*Estagiária sob a supervisão de Fabio Grecchi
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