Trump assina ordem executiva para cortar assistência financeira à África do Sul
O bilionário sul-africano Elon Musk, que é próximo do presidente dos EUA, disse que sul-africanos brancos foram vítimas de "leis racistas de propriedade". Presidente dos EUA, Donald Trump, sai do Air Force One após chegar na Flórida Kevin Lamarque/Reuters O presidente dos EUA, Donald Trump, assinou uma ordem executiva para cortar a assistência financeira à África do Sul, disse a Casa Branca nesta sexta-feira (7), citando a desaprovação da política de redistribuição terras da nação africana e de seu caso de genocídio na Corte Internacional de Justiça contra o aliado de Washington, Israel. A Casa Branca disse que Washington também formulará um plano para reassentar fazendeiros sul-africanos e suas famílias como refugiados. Disse que autoridades dos EUA tomarão medidas para priorizar a ajuda humanitária, incluindo admissão e reassentamento por meio do Programa de Admissão de Refugiados dos Estados Unidos para Afrikaners na África do Sul, que são, em sua maioria, descendentes brancos dos primeiros colonos holandeses e franceses. Trump disse, sem citar evidências, que "a África do Sul está confiscando terras" e que "certas classes de pessoas" foram tratadas "muito mal". O bilionário sul-africano Elon Musk, que é próximo de Trump, disse que os sul-africanos brancos foram vítimas de "leis racistas de propriedade". O presidente sul-africano Cyril Ramaphosa — que sancionou um projeto de lei no mês passado com o objetivo de facilitar a desapropriação de terras pelo estado no interesse público — defendeu a política. Ele disse que o governo não confiscou nenhuma terra e que a política visava a nivelar as disparidades raciais na propriedade de terras. Ramaphosa disse que a África do Sul "não será intimidada". Washington também reclamou do caso movido pela África do Sul no Tribunal Internacional de Justiça, onde acusou Israel de genocídio pelo ataque militar israelense a Gaza, que matou dezenas de milhares e causou uma crise humanitária. Israel nega as alegações e diz que agiu em legítima defesa após um ataque mortal em 7 de outubro de 2023 por militantes palestinos do grupo terrorista Hamas. A Casa Branca citou esse caso como um exemplo da África do Sul tomando posições contra Washington e seus aliados. A ordem executiva assinada por Trump aborda questões de direitos humanos na nação africana, disse a Casa Branca. Trump ameaçou cortar o financiamento para a África do Sul logo após assumir o cargo. A questão da propriedade da terra é altamente politicamente carregada na África do Sul, devido ao legado das eras colonial e do Apartheid, quando os negros foram desapropriados de suas terras e tiveram seus direitos de propriedade negados. Os proprietários de terras brancos ainda possuem três quartos das terras agrícolas de propriedade plena da África do Sul. Isso contrasta com 4% de propriedade de negros, que compõem 80% da população, em comparação com cerca de 8% para brancos, de acordo com a última auditoria de terras de 2017.
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O bilionário sul-africano Elon Musk, que é próximo do presidente dos EUA, disse que sul-africanos brancos foram vítimas de "leis racistas de propriedade". Presidente dos EUA, Donald Trump, sai do Air Force One após chegar na Flórida Kevin Lamarque/Reuters O presidente dos EUA, Donald Trump, assinou uma ordem executiva para cortar a assistência financeira à África do Sul, disse a Casa Branca nesta sexta-feira (7), citando a desaprovação da política de redistribuição terras da nação africana e de seu caso de genocídio na Corte Internacional de Justiça contra o aliado de Washington, Israel. A Casa Branca disse que Washington também formulará um plano para reassentar fazendeiros sul-africanos e suas famílias como refugiados. Disse que autoridades dos EUA tomarão medidas para priorizar a ajuda humanitária, incluindo admissão e reassentamento por meio do Programa de Admissão de Refugiados dos Estados Unidos para Afrikaners na África do Sul, que são, em sua maioria, descendentes brancos dos primeiros colonos holandeses e franceses. Trump disse, sem citar evidências, que "a África do Sul está confiscando terras" e que "certas classes de pessoas" foram tratadas "muito mal". O bilionário sul-africano Elon Musk, que é próximo de Trump, disse que os sul-africanos brancos foram vítimas de "leis racistas de propriedade". O presidente sul-africano Cyril Ramaphosa — que sancionou um projeto de lei no mês passado com o objetivo de facilitar a desapropriação de terras pelo estado no interesse público — defendeu a política. Ele disse que o governo não confiscou nenhuma terra e que a política visava a nivelar as disparidades raciais na propriedade de terras. Ramaphosa disse que a África do Sul "não será intimidada". Washington também reclamou do caso movido pela África do Sul no Tribunal Internacional de Justiça, onde acusou Israel de genocídio pelo ataque militar israelense a Gaza, que matou dezenas de milhares e causou uma crise humanitária. Israel nega as alegações e diz que agiu em legítima defesa após um ataque mortal em 7 de outubro de 2023 por militantes palestinos do grupo terrorista Hamas. A Casa Branca citou esse caso como um exemplo da África do Sul tomando posições contra Washington e seus aliados. A ordem executiva assinada por Trump aborda questões de direitos humanos na nação africana, disse a Casa Branca. Trump ameaçou cortar o financiamento para a África do Sul logo após assumir o cargo. A questão da propriedade da terra é altamente politicamente carregada na África do Sul, devido ao legado das eras colonial e do Apartheid, quando os negros foram desapropriados de suas terras e tiveram seus direitos de propriedade negados. Os proprietários de terras brancos ainda possuem três quartos das terras agrícolas de propriedade plena da África do Sul. Isso contrasta com 4% de propriedade de negros, que compõem 80% da população, em comparação com cerca de 8% para brancos, de acordo com a última auditoria de terras de 2017.