Lembra-se da blue Travel? Volta hoje às bancas: “Mais do que um risco, vemos este relançamento como uma oportunidade”

Relançada pela Essência Company, a marca prepara ainda a estreia no digital, agendada para 28 de fevereiro. Criada em 2003, a publicação consolidou-se no panorama editorial de viagens e lifestyle em Portugal.

Nuno Guedes Vaz Pires, publisher da revista, a blue Travel mantém um lugar especial no público e pretende reafirmar-se como referência, promovendo uma comunidade com interesses partilhados. “A essência da blue Travel mantém-se, uma publicação dedicada a revelar o melhor de Portugal e do mundo, com conteúdos de qualidade, um olhar atento sobre o turismo, a cultura e as experiências que realmente marcam a vida das pessoas.”

O publisher faz questão de sublinhar que este voltar à banca não é somente um regresso: “É uma evolução. O conceito que fez da blue Travel uma referência continua presente – um jornalismo aprofundado, narrativas envolventes, uma curadoria rigorosa de destinos e tendências. Mas hoje, mais do que uma revista, é um projeto multiplataforma. Para além da edição impressa, lançámos um site atualizado diariamente, uma newsletter, eventos e, em breve, um programa de televisão e rádio. Criámos também uma loja online, que permitirá aos leitores ter acesso a experiências exclusivas e produtos selecionados.”

O conceito multiplataforma com que a blue Travel agora se apresenta alinha-se com a tendência e a evolução que tem acompanhado os media a nível Global. “O mundo mudou nos últimos 14 anos e a blue Travel acompanha essa mudança. O nosso compromisso mantém-se, inspirar os leitores a “viver mais e melhor”, trazendo conteúdos de excelência, num formato que se adapta às novas formas de consumir informação.”

Ainda assim, e tendo em conta o panorama dos media nacional e global, a Essência Company arrisca num mercado que já conheceu melhores dias: “Mais do que um risco, vemos este relançamento como uma oportunidade. O mercado da comunicação está a transformar-se, e essa mudança exige novas abordagens, novos formatos e uma aposta firme na qualidade.

Nuno Guedes Vaz Pires acredita que existe lugar para relançar este título no mercado nacional: “Acreditamos que há espaço para uma publicação como a blue Travel, que valoriza o jornalismo sério, a curadoria cuidada de conteúdos e a aposta num storytelling envolvente. O digital trouxe velocidade, mas também ruído. Num mundo saturado de informação rápida e superficial, há uma necessidade crescente de conteúdos aprofundados, inspiradores e relevantes.”

Na verdade, esta não é a primeira vez que a empresa “ressuscita” títulos: “A experiência já é grande, nos últimos anos, recuperamos três revistas — duas em Portugal e uma no Brasil. E fizemo-lo com sucesso. Estas conquistas foram possíveis apenas graças às extraordinárias equipas que me acompanham: jornalistas, fotógrafos, designers, cronistas, correspondentes e especialistas, todos movidos pelo mesmo entusiasmo por Portugal e pelo que fazemos. É essa força coletiva que nos dá confiança para avançar.”

Certo é que, nos último 14 anos Portugal mudou e o setor turístico transformou-se: “O setor das viagens e do turismo continua a crescer e a reinventar-se. Portugal consolidou-se como um destino de excelência, e os viajantes procuram cada vez mais experiências autênticas, bem como referências credíveis para as suas escolhas. A blue Travel posiciona-se exatamente aí, não como mais um meio, mas como um guia de qualidade para quem quer explorar o mundo de forma mais informada, consciente e apaixonada.”

Além da versão impressa – bimestral, 15.000 exemplares, 6€-, a revista expande-se para o digital com multimédia, programas de TV e rádio, newsletter, loja e eventos exclusivos. “O jornalismo e a comunicação têm futuro, desde que saibamos responder às necessidades do público e oferecer um produto que realmente acrescente valor. E é exatamente isso que nos propomos fazer.”

Jornal Independente e 24 horas também estão de regresso

Os jornais Independente e 24 horas, que tanta tinta fizeram correr nos anos 80 e 90 também anunciaram o regresso. Ambos, revelaram que será somente em formato digital.

Em declarações exclusivas à Marketeer, a diretora-geral do projeto que vai fazer regressar o 24 horas, Ana Cáceres Monteiro, confirma que o regresso do jornal já está em andamento. “Ainda está tudo muito no início, mas posso adiantar que se trata de um projeto generalista, inovador, digital e multiplataforma. O objetivo é comunicarmos com todos os públicos, com uma forte componente audiovisual”, revela.

As novas instalações, em Algés, Lisboa, ainda estão em obras, e, segundo a diretora, “já está a ser construído um estúdio, reforçando a aposta no digital. A equipa inicial deverá contar com cerca de 20 pessoas, e o arranque está previsto parar o primeiro semestre do ano.”

O título pertence a José Paulo Fafe. Cáceres Monteiro confirma que “a estrutura acionista é composta por seis investidores, mas os detalhes só serão divulgados quando o projeto estiver mais consolidado.”

Já O Independente, terá ao comando Inês Serra Lopes. Ainda pouco se sabe sobre este projeto contudo Serra Lopes já tornou público que será um regresso digital, e que o jornal, à semelhança do que acontece com o 24 horas, não terá um regresso ao papel.