Motorista que matou colombiano atropelado jogou o carro contra a vítima, afirma polícia
Morte de Óscar Lobon Valência havia sido considerada acidental, mas o motorista que o atropelou acabou indiciado por homicídio doloso (quando há a intenção de matar) com o andamento da investigação. Caso aconteceu em Praia Grande (SP). Colombiano fica em coma após ser atropelado e arrastado por metros no litoral de SP O motorista que atropelou e arrastou Óscar Lobon Valência, o colombiano de 42 anos que morreu depois de 11 dias internado em Praia Grande, no litoral de São Paulo, foi indiciado por homicídio doloso qualificado por motivo fútil. O delegado responsável pelas investigações, Rodrigo Iotti, informou ao g1 que houve um 'breve desentendimento no trânsito' entre a vítima e o condutor. "Ocasião em que a vítima teria chutado o retrovisor do carro do indiciado. Isso foi o suficiente para o indiciado colidir violentamente e propositalmente contra a motocicleta da vítima, fazendo-a ir a óbito poucos dias após o ocorrido", disse o delegado do 3° Distrito Policial (DP) da cidade. ✅ Clique aqui para seguir o novo canal do g1 Santos no WhatsApp. O caso ocorreu na Avenida Maria Cavalcante da Silva, no bairro Samambaia, em dezembro de 2024. Imagens das câmeras de monitoramento mostram que Óscar estava em uma moto quando foi atingido pelo carro e arrastado por alguns metros até colidir com duas motocicletas (veja acima). De acordo com o delegado, o motorista foi indiciado por homicídio doloso - quando há a intenção de matar -, na última quarta-feira (5). O homem está em liberdade, mas com a conclusão do inquérito policial, caberá ao Poder Judiciário decretar ou não da prisão dele, ainda segundo Iotti. O g1 não localizou o contato da defesa do indiciado até a última atualização desta reportagem. Depoimento do motorista Conforme apurado pelo g1, o motorista afirmou à polícia que a vítima chutou o retrovisor do carro, o que fez com que ele a ultrapassasse com a intenção de perguntar o que motivou o ato. O indiciado acrescentou que, no momento da ultrapassagem, a vítima freou e a moto ficou presa no carro dele, que não teve tempo hábil de fazer mais nada. Com a motocicleta presa, ele usou o freio de mão para fazer o automóvel parar. O homem alegou ter descido do carro e levantado a moto em cima da vítima, mas sido hostilizado pela população em seguida. O indiciado disse que retornou ao carro para acionar socorro ao colombiano, mas notou que o celular havia sido levado - não há informações sobre o autor do suposto furto. Na sequência, ainda de acordo com o depoimento, o carro passou a ser depredado pelas pessoas. O homem alegou que, por sorte, uma equipe da PM chegou rapidamente ao local O caso O colombiano foi encaminhado para o Hospital Irmã Dulce, onde ficou internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Ao g1, o enteado dele contou que Óscar foi colocado em coma induzido, desenvolveu Síndrome da Angústia Respiratória Aguda (SARA) e morreu em 7 de janeiro. De acordo com a declaração de óbito, obtida pela equipe de reportagem, o homem teve hemorragia intracraniana em decorrência do quadro de politraumatismo causado pelo acidente. Óscar também teve hemotórax traumático [acúmulo de sangue no espaço pleural]. Óscar Lobon Valência ficou dias internado após acidente em Praia Grande (SP) Arquivo pessoal e reprodução Ao g1, o empresário Phelipe Eduardo Martins de Barros Barão, de 29 anos, contou que a vítima namorava a mãe dele e vivia no Brasil há menos de um ano. De acordo com ele, o colombiano estava a caminho de uma loja para trocar um sapato que havia comprado na numeração errada para a namorada quando sofreu o acidente. “Ninguém, independente do qual cruel a pessoa possa ser, merece morrer, tão pouco desta maneira”, desabafou Phelipe. Quem era Segundo Phelipe, Óscar morava em Praia Grande e trabalhava como microempreendedor individual (MEI). “Foi um homem respeitado por todos de sua família e amigos”, afirmou o empresário. O enteado lembrou do início do relacionamento entre a mãe e o colombiano. “Quando chegou ao Brasil, logo se encontrou com minha mãe e iniciaram a relação deles, sempre com muito respeito e parceria. Me lembro de minha mãe e ele aprendendo a entender um ao outro”, disse Phelipe. Para ele, Óscar deixa como legado a força de lutar todos os dias por um futuro melhor. “Ele só tinha a pretensão de um dia voltar a Colômbia e levar minha mãe", afirmou o empresário, dizendo que o colombiano conseguiu unir duas famílias. “Seus irmãos e parentes estão em contato direto com minha mãe para poder haver uma assistência mútua” Acidente ocorreu no bairro Samambaia, em Praia Grande (SP) Reprodução VÍDEOS: g1 em 1 Minuto Santos
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Morte de Óscar Lobon Valência havia sido considerada acidental, mas o motorista que o atropelou acabou indiciado por homicídio doloso (quando há a intenção de matar) com o andamento da investigação. Caso aconteceu em Praia Grande (SP). Colombiano fica em coma após ser atropelado e arrastado por metros no litoral de SP O motorista que atropelou e arrastou Óscar Lobon Valência, o colombiano de 42 anos que morreu depois de 11 dias internado em Praia Grande, no litoral de São Paulo, foi indiciado por homicídio doloso qualificado por motivo fútil. O delegado responsável pelas investigações, Rodrigo Iotti, informou ao g1 que houve um 'breve desentendimento no trânsito' entre a vítima e o condutor. "Ocasião em que a vítima teria chutado o retrovisor do carro do indiciado. Isso foi o suficiente para o indiciado colidir violentamente e propositalmente contra a motocicleta da vítima, fazendo-a ir a óbito poucos dias após o ocorrido", disse o delegado do 3° Distrito Policial (DP) da cidade. ✅ Clique aqui para seguir o novo canal do g1 Santos no WhatsApp. O caso ocorreu na Avenida Maria Cavalcante da Silva, no bairro Samambaia, em dezembro de 2024. Imagens das câmeras de monitoramento mostram que Óscar estava em uma moto quando foi atingido pelo carro e arrastado por alguns metros até colidir com duas motocicletas (veja acima). De acordo com o delegado, o motorista foi indiciado por homicídio doloso - quando há a intenção de matar -, na última quarta-feira (5). O homem está em liberdade, mas com a conclusão do inquérito policial, caberá ao Poder Judiciário decretar ou não da prisão dele, ainda segundo Iotti. O g1 não localizou o contato da defesa do indiciado até a última atualização desta reportagem. Depoimento do motorista Conforme apurado pelo g1, o motorista afirmou à polícia que a vítima chutou o retrovisor do carro, o que fez com que ele a ultrapassasse com a intenção de perguntar o que motivou o ato. O indiciado acrescentou que, no momento da ultrapassagem, a vítima freou e a moto ficou presa no carro dele, que não teve tempo hábil de fazer mais nada. Com a motocicleta presa, ele usou o freio de mão para fazer o automóvel parar. O homem alegou ter descido do carro e levantado a moto em cima da vítima, mas sido hostilizado pela população em seguida. O indiciado disse que retornou ao carro para acionar socorro ao colombiano, mas notou que o celular havia sido levado - não há informações sobre o autor do suposto furto. Na sequência, ainda de acordo com o depoimento, o carro passou a ser depredado pelas pessoas. O homem alegou que, por sorte, uma equipe da PM chegou rapidamente ao local O caso O colombiano foi encaminhado para o Hospital Irmã Dulce, onde ficou internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Ao g1, o enteado dele contou que Óscar foi colocado em coma induzido, desenvolveu Síndrome da Angústia Respiratória Aguda (SARA) e morreu em 7 de janeiro. De acordo com a declaração de óbito, obtida pela equipe de reportagem, o homem teve hemorragia intracraniana em decorrência do quadro de politraumatismo causado pelo acidente. Óscar também teve hemotórax traumático [acúmulo de sangue no espaço pleural]. Óscar Lobon Valência ficou dias internado após acidente em Praia Grande (SP) Arquivo pessoal e reprodução Ao g1, o empresário Phelipe Eduardo Martins de Barros Barão, de 29 anos, contou que a vítima namorava a mãe dele e vivia no Brasil há menos de um ano. De acordo com ele, o colombiano estava a caminho de uma loja para trocar um sapato que havia comprado na numeração errada para a namorada quando sofreu o acidente. “Ninguém, independente do qual cruel a pessoa possa ser, merece morrer, tão pouco desta maneira”, desabafou Phelipe. Quem era Segundo Phelipe, Óscar morava em Praia Grande e trabalhava como microempreendedor individual (MEI). “Foi um homem respeitado por todos de sua família e amigos”, afirmou o empresário. O enteado lembrou do início do relacionamento entre a mãe e o colombiano. “Quando chegou ao Brasil, logo se encontrou com minha mãe e iniciaram a relação deles, sempre com muito respeito e parceria. Me lembro de minha mãe e ele aprendendo a entender um ao outro”, disse Phelipe. Para ele, Óscar deixa como legado a força de lutar todos os dias por um futuro melhor. “Ele só tinha a pretensão de um dia voltar a Colômbia e levar minha mãe", afirmou o empresário, dizendo que o colombiano conseguiu unir duas famílias. “Seus irmãos e parentes estão em contato direto com minha mãe para poder haver uma assistência mútua” Acidente ocorreu no bairro Samambaia, em Praia Grande (SP) Reprodução VÍDEOS: g1 em 1 Minuto Santos