Trump arrasa modelo de negócio da Shein com tarifas e pode levar a aumento dos preços

Há anos que os ativistas têm criticado a Shein pelo seu impacto ambiental e as questões relacionadas com a exploração de trabalhadores. No entanto, apenas a recente medida do presidente Donald Trump pode ter abalado profundamente o modelo de negócios da marca chinesa de fast fashion. Com o fim da isenção tributária para pequenas encomendas, a Shein enfrenta agora desafios para manter os seus preços tão baixos nos Estados Unidos.

Durante a pandemia, a Shein e a Temu cresceram exponencialmente, aproveitando uma lacuna no código tributário americano conhecida como “de minimis”, que permitia a isenção de impostos para encomendas abaixo de 800 dólares. Enquanto as empresas tradicionais, como a Gap e a H&M, pagavam milhões em tarifas de importação, a Shein e a Temu evitavam esses custos ao enviar diretamente da China para os consumidores. Essa vantagem permitiu que dominassem o mercado de moda acessível.

Com a imposição de uma tarifa de 10% sobre produtos importados da China e o fim da isenção de “de minimis”, o cenário mudou drasticamente. Os especialistas acreditam que a Shein e a Temu terão de aumentar seus preços, pelo menos nos EUA, o que pode resultar num decréscimo do consumo uma vez que os consumidores estão habituados a ofertas extremamente baratas. Com os custos de importação mais altos, a competitividade dessas empresas fica inevitavelmente ameaçada, o que pode impactar o retalho nos Estados Unidos.

Diante desta nova realidade, a dúvida que fica é se a Shein e a Temu conseguirão encontrar alternativas para manter os preços baixos ou se terão de os aumentar. Embora tenham historicamente reduzido despesas em toda a cadeia produtiva, a margem para cortes adicionais é mínima. Se não conseguirem equilibrar os custos, seu modelo de negócios poderá tornar-se insustentável a longo prazo, forçando-as a reavaliar sua estratégia no mercado americano.