Santander lança “buyback” de 10 mil milhões para os próximos anos

"O Santander espera devolver 10 mil milhões de euros aos acionistas através de recompras de ações a partir dos lucros de 2025 e 2026 e do excesso de capital previsto, para além da sua distribuição padrão de dividendos em dinheiro", refere o banco liderado por Ana Botín.

Fev 5, 2025 - 13:02
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Santander lança “buyback” de 10 mil milhões para os próximos anos

O Banco Santander anunciou esta quarta-feira que pretende recomprar 10 mil milhões de euros das suas ações nos próximos anos, depois de ter registado outro lucro recorde de 12,6 mil milhões em 2024, dos quais 3,27 mil milhões de euros só no quarto trimestre.

“O Santander espera devolver 10 mil milhões de euros aos acionistas através de recompras de ações a partir dos lucros de 2025 e 2026 e do excesso de capital previsto, para além da sua distribuição padrão de dividendos em dinheiro”, refere o banco liderado por Ana Botín em comunicado.

O rácio de capital CET1 (na versão Fully-loaded) em 2024 atingiu os 12,8%, ou seja, houve um aumento de 0,5 pontos percentuais face ao ano passado, “graças à forte geração orgânica de capital”.

As ações do banco dispararam na bolsa em reação a este anúncio. Os títulos sobem 7,69% para 5,37 euros a meio da manhã.

Os próximos pagamentos de dividendos juntam-se a uma segunda recompra do lucro do ano passado, no valor de 1,6 mil milhões de euros, que o maior banco espanhol também anunciou nesta quarta-feira quando apresentou lucros.

Em novembro, o banco pagou um dividendo provisório em dinheiro por conta dos resultados de 2024 de 10 cêntimos de euro por ação, traduzindo um aumento de 23% em comparação com o mesmo dividendo do ano passado. Juntamente com o dividendo pago em maio, o dividendo em dinheiro por ação pago em 2024 foi 39% superior ao do ano anterior.

O montante total devolvido aos acionistas na remuneração provisória de 2024 foi de cerca de 3,050 milhões de euros, sendo que aproximadamente metade foi paga sob a forma do dividendo em dinheiro (10 cêntimos de euro por ação) e metade através do programa de recompra de ações lançado em agosto e concluído em dezembro.

“O grupo continuou a aumentar a rentabilidade e a criação de valor para os acionistas, com uma rentabilidade sobre o capital próprio tangível (RoTE) de 16,3%; um lucro por ação (EPS) de 0,77 euros, o que traduz um aumento de 18%, e um valor patrimonial líquido tangível por ação (tangible net asset value per share) de 5,24 euros no final do ano”, lê-se no comunicado.

O Santander obteve um lucro atribuível de 12.574 milhões de euros em 2024, o que significa um aumento de 14% face a 2023, graças ao forte crescimento das receitas em todos os negócios e regiões globais, bem como à adição de oito milhões de novos clientes para 173 milhões, com resultados recorde pelo terceiro ano consecutivo. Além disso, o grupo manteve um controlo disciplinado dos custos, com o melhor  rácio de eficiência em 15 anos (41,8%).

Nem tudo é positivo, o rácio de non-performing loan (NPL), conhecido como crédito malparado, aumentou 9 pontos base para 3,05%. O custo do risco de crédito é de 1,15%, superior aos dos bancos portugueses.