Reforma ministerial: Lula deve chamar partidos para discutir mudanças após eleição do Congresso

Passada a eleição dos novos presidentes da Câmara e do Senado, marcada para este sábado (1º), o presidente Lula quer chamar presidentes e líderes de partidos para tratar da reforma ministerial. Lula vem sendo aconselhado a montar um novo mapa da Esplanada dos Ministérios com base na nova correlação de forças dentro do Congresso Nacional. A avaliação entregue ao Palácio do Planalto por aliados é de que a atual composição de ministros não garante a aprovação das principais matérias de interesse do governo no Legislativo – porque não contempla, na mesma proporção, os partidos que mais votam com o governo. Segundo líderes ouvidos pelo blog, partidos com um único ministério, como PP e Republicanos, têm votado mais alinhados ao governo que o União Brasil, por exemplo, que tem três ministros. Lula: Meus presidentes de Senado e Câmara serão quem ganhar A dúvida, agora, é se Lula vai acabar o principal desejo dos partidos do centro: a escolha de um de seus membros para os ministérios do chamado "núcleo duro", que atuam diretamente no Palácio do Planalto e lidam com a articulação política. A ideia é defendida por amigos de Lula como forma de garantir o apoio desse grupo político ao longo de 2025. Em relação a 2026 e à eleição presidencial, não dá para amarrar nada. Tudo vai depender de como o governo vai chegar a esse período: fortalecido ou enfraquecido. Troca de ministros do PT Enquanto não destrava os temas do Centrão, Lula deve começar a reforma pelos quadros do próprio PT. Está praticamente acertada a entrada da atual presidente do partido, Gleisi Hoffmann, na equipe ministerial. Provavelmente, em substituição ao atual ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo (PT). Lula deve ainda deslocar a atual ministra de Ciência e Tecnologia, Luciana Santos (PCdoB), para o Ministério das Mulheres. Com isso, abre-se uma vaga para colocar o PSD na pasta de ciência. 'Ela tem condições de ser ministra em muitos cargos. Até agora não tem nada definido', diz Lula de Gleisi Hoffmann Há também a expectativa de que Lula convide os atuais presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para comandar ministérios. Eles deixam os postos neste sábado, quando devem ser eleitos Hugo Motta (Republicanos-PB) na Câmara e Davi Alcolumbre (União-AP) no Senado. A entrada de Lira na equipe ministerial seria uma forma de garantir o apoio do PP nas votações de interesse do Palácio do Planalto. Em relação a Pacheco, Lula tem a intenção de dar a ele visibilidade nos próximos dois anos, para que ele seja candidato ao governo de Minas em 2026. Nesta quinta-feira (30), durante entrevista no Palácio do Planalto, o presidente disse que defende a candidatura do senador ao governo mineiro. Seria uma forma de Lula ter um palanque forte no estado, considerado vital para uma eleição presidencial.

Fev 2, 2025 - 17:19
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Reforma ministerial: Lula deve chamar partidos para discutir mudanças após eleição do Congresso
Passada a eleição dos novos presidentes da Câmara e do Senado, marcada para este sábado (1º), o presidente Lula quer chamar presidentes e líderes de partidos para tratar da reforma ministerial. Lula vem sendo aconselhado a montar um novo mapa da Esplanada dos Ministérios com base na nova correlação de forças dentro do Congresso Nacional. A avaliação entregue ao Palácio do Planalto por aliados é de que a atual composição de ministros não garante a aprovação das principais matérias de interesse do governo no Legislativo – porque não contempla, na mesma proporção, os partidos que mais votam com o governo. Segundo líderes ouvidos pelo blog, partidos com um único ministério, como PP e Republicanos, têm votado mais alinhados ao governo que o União Brasil, por exemplo, que tem três ministros. Lula: Meus presidentes de Senado e Câmara serão quem ganhar A dúvida, agora, é se Lula vai acabar o principal desejo dos partidos do centro: a escolha de um de seus membros para os ministérios do chamado "núcleo duro", que atuam diretamente no Palácio do Planalto e lidam com a articulação política. A ideia é defendida por amigos de Lula como forma de garantir o apoio desse grupo político ao longo de 2025. Em relação a 2026 e à eleição presidencial, não dá para amarrar nada. Tudo vai depender de como o governo vai chegar a esse período: fortalecido ou enfraquecido. Troca de ministros do PT Enquanto não destrava os temas do Centrão, Lula deve começar a reforma pelos quadros do próprio PT. Está praticamente acertada a entrada da atual presidente do partido, Gleisi Hoffmann, na equipe ministerial. Provavelmente, em substituição ao atual ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo (PT). Lula deve ainda deslocar a atual ministra de Ciência e Tecnologia, Luciana Santos (PCdoB), para o Ministério das Mulheres. Com isso, abre-se uma vaga para colocar o PSD na pasta de ciência. 'Ela tem condições de ser ministra em muitos cargos. Até agora não tem nada definido', diz Lula de Gleisi Hoffmann Há também a expectativa de que Lula convide os atuais presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para comandar ministérios. Eles deixam os postos neste sábado, quando devem ser eleitos Hugo Motta (Republicanos-PB) na Câmara e Davi Alcolumbre (União-AP) no Senado. A entrada de Lira na equipe ministerial seria uma forma de garantir o apoio do PP nas votações de interesse do Palácio do Planalto. Em relação a Pacheco, Lula tem a intenção de dar a ele visibilidade nos próximos dois anos, para que ele seja candidato ao governo de Minas em 2026. Nesta quinta-feira (30), durante entrevista no Palácio do Planalto, o presidente disse que defende a candidatura do senador ao governo mineiro. Seria uma forma de Lula ter um palanque forte no estado, considerado vital para uma eleição presidencial.