O que fazem hoje as supermodelos dos anos 90? Dos vinhos milionários às colaborações com a marca portuguesa Bordallo Pinheiro

Há vida depois do mundo da moda? Para algumas das grandes supermodelos das passarelas dos anos 90, a resposta é um claro sim. Se é verdade que construíram impérios a partir de editoriais icónicos e desfiles memoráveis, também é certo que manter um estilo de vida milionário exige estratégia, bons investimentos… ou simplesmente uma conta bancária generosa.

Que o diga Naomi Campbell, cuja fortuna ultrapassa os 80 milhões de euros. No entanto, a sua fundação de caridade, Fashion for Relief, não escapou à polémica (ou má gestão): dos mais de dois milhões de euros geridos, cerca de 91% desapareceram em despesas pessoais, incluindo cigarros, hotéis de luxo e voos privados. Mas nem todas seguiram o mesmo caminho.

Dos vinhos milionários de Carla Bruni ao design de móveis de Helena Christensen, as grandes supermodelos da década de 90 souberam reinventar-se e hoje dedicam-se ao mais variado tipo de negócio.

Recordemos 12 grandes nomes do mundo da moda e a que se dedicam atualmente:

• Cindy Crawford: Aos 58 anos, Crawford continua a ser uma das modelos mais bem-sucedidas financeiramente, com um património de 225 milhões de dólares, segundo a Forbes. Grande parte da sua fortuna vem da Meaningful Beauty, marca de cuidados com a pele que fundou em 2004, mas isso não a impede de continuar ativa na moda, como prova a sua recente colaboração com a Inditex para o Zara Streaming, ao lado da filha Kaia Gerber. A fortuna de Crawford é impulsionada em grande parte pela empresa de cuidados com a pele antienvelhecimento Meaningful Beauty, que cofundou em 2004.
• Elle Macpherson: Aos 60 anos, Macpherson acumulou uma fortuna de 95 milhões de euros, impulsionada pelo seu sucesso como modelo e pelo seu espírito empreendedor. Além de ter criado marcas como Elle Macpherson Intimates e The Body, cofundou a WelleCo em 2014. E não se ficou por aqui. A antiga modelo lançou recentemente o livro elle: Life, Lessons, and Learning to Trust Yourself.
• Gisele Bündchen: Dominou as passarelas entre 2002 e 2017 e acumulou uma fortuna de 400 milhões de dólares graças ao seu talento para os negócios. Além de parcerias de sucesso, como a linha de sandálias Ipanema-Bündchen, a ex-modelo continua a diversificar os seus projetos e lançou recentemente o livro de receitas Nourish.
• Claudia Schiffer: A supermodelo alemã, que completará 55 anos em agosto, construiu uma carreira multifacetada, desde colaborações com a Bordallo Pinheiro até curadoria de exposições e coleções de moda. Com uma fortuna estimada em 70 milhões de euros, viu a sua imagem ser abalada pela revelação de que criou seis empresas offshore nas Ilhas Virgens Britânicas em 2017.
• Heidi Klum: Em 2007, a Forbes nomeou Heidi Klum a terceira modelo mais bem paga do mundo, destacando sua carreira multifacetada. Além de modelo, a alemã atua como produtora e apresentadora de TV, designer de moda e fragrâncias, e mantém contratos publicitários lucrativos com grandes marcas como Coca-Cola, Volkswagen e McDonald’s. Além disso, a supermodelo também se dedica à pintura.
• Helena Christensen: A ex-top model dinamarquesa Helena Christensen, de 56 anos, foi nomeada diretora criativa global da BoConcept, onde projeta móveis e desenvolve tecidos. Com duas décadas de experiência em design de interiores, Christensen já fundou a loja Butik em Nova York e o estúdio Staerk & Christensen. Os seus projetos recentes incluem colaborações com o estúdio Bower e o designer Kasper Salto, além de um projeto de casas pré-fabricadas com a Revolution Precrafted.
• Carla Bruni: Aos 57 anos, Carla Bruni, modelo, cantora e ex-primeira-dama francesa, entrou no ramo de vinhos e azeites de luxo como cofundadora da Roseblood D’Estoublon, localizada no Château D’Estoublon, em Provença. Juntamente com Nicolas Sarkozy e vários empresários, a marca produz vinhos rosés sofisticados, vendidos por mais de 100 euros a garrafa.
• Kate Moss: A modelo de 51 anos continua uma influente supermodelo, tendo marcado a moda e os padrões estéticos, especialmente com sua icónica parceria com a Calvin Klein. Embora esteja menos ativa, participou do desfile da Victoria’s Secret no ano passado. Nos últimos anos, fundou a Kate Moss Agency, lançou a linha vegana de beleza Cosmoss e colaborou com diversas marcas, incluindo Zara, Topshop e Longchamp. Além disso, atuou como estilista para editoriais da Vogue britânica.
• Naomi Campbell: Aos 54 anos, a supermodelo continua nas passarelas e a expandir a sua atuação no mundo dos negócios, tendo lançado 27 perfumes e colaborado com a PrettyLittleThing. Com uma fortuna estimada em 80 milhões de dólares, também se envolveu no cinema como produtora do documentário Invisible Beauty (2023) e foi homenageada pelo Victoria & Albert Museum. Embora envolvida no ativismo contra o racismo, a sua fundação Fashion For Relief foi alvo de críticas por má administração, destinando apenas 8,5% dos gastos a causas beneficentes entre 2016 e 2022.
• Christy Turlington: Com uma fortuna estimada em 40 milhões de dólares, a californiana dedica grande parte de seu tempo ao altruísmo. Em 2010, fundou a ONG Every Mother Counts para melhorar as condições de gravidez e parto no mundo. Nos negócios, criou a marca de cuidados com a pele.
• Linda Evangelista: Hoje com 58 anos e uma fortuna estimada em 40 milhões de dólares, ficou marcada pela sua famosa frase sobre supermodelos: “Não saímos da cama por menos de 10 mil dólares por dia.” Desde a sua reforma, pouco se sabe sobre sua vida profissional, exceto as polémicas pessoais, como um tratamento estético que a deformou e acusações de abuso contra um ex-marido.
• Nadja Auermann: A supermodelo que já deteve o recorde de mulher com as pernas mais longas do mundo e foi a modelo favorita de Thierry Mugler, completará 54 anos em março. Desde que deixou as passarelas, tem mantido uma vida discreta, sendo lembrada principalmente por problemas com a justiça. Em 2011 e 2015, foi acusada de fraude fiscal na Alemanha e multada em um total de 140 mil euros.