X-Men e irmãos Russo podem salvar o MCU?

Não é novidade que a Marvel Studios está um tanto perdida, desde o fim da Fase 3 do MCU. As produções seguintes apresentaram problemas de planejamento, apressando sagas que nos quadrinhos se estenderam por várias edições, em um filme ou uma série, com fãs e mesmo quem não veio das HQs, notando que as histórias pareciam compactadas, resumidas, corridas.

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Como se não bastasse, Kevin Feige colocou todas as fichas no que seria o grande vilão da "Saga do Multiverso" (Fases 4 a 6), Kang, o Conquistador, mas esse plano deu errado de forma espetacular, obrigando a divisão a refazer quase tudo do zero. A solução foi apelar, jogando um caminhão de dinheiro no colo de Joe e Anthony Russo, que voltam para dirigir os dois próximos filmes dos Vingadores, Doomsday e Guerras Secretas.

Além de Doutor Destino e Guerras Secretas, os irmãos Russo podem finalmente introduzir os X-Men no MCU (Crédtio: Marvel Comics/Disney)

Agora, começou a circular um boato de que os irmãos Russo também foram incumbidos de resolver o grande problema do MCU, introduzir os X-Men ao atual universo cinematográfico de forma sólida e definitiva, até para não ficar atrás do que James Gunn está prometendo para o novo DCU.

Nas edições anteriores...

A Marvel Studios entrou em uma espécie de problema de ritmo e narrativa, desde o início da Fase 4, nitidamente notado nas séries. WandaVision resumiu anos de histórias, desde a fase dos Vingadores da Costa Oeste do John Byrne até Dinastia M, com a Wanda, uma das personagens mais poderosas da Marvel, brincando de role play e transformando a população de uma cidadezinha em NPCs; ao menos serviu para descomplicar a origem dos gêmeos, e o surgimento do Visão branco, que ainda deve ganhar uma série.

Falcão e o Soldado Invernal, por sua vez, espremeu três tramas diferentes, a Saga do Capitão, onde John Walker e os Apátridas surgiram, Sam Wilson como o novo Capitão América, e a excelente minissérie Verdade: Vermelho, Branco e Negro, que conta a história de Isaiah Bradley. Ms. Marvel foi didática até demais, Invasão Secreta não teve propósito (e ainda matou os excelentes personagens de Cobie Smulders e Ben Mendelsohn), e Mulher-Hulk parecia uma série dos anos 1970, porque os efeitos eram muito caros. Até o K.E.V.I.N. admite isso, e não foi uma piada.

As histórias mais pé-no-chão, que não adaptaram arcos das HQs, como Cavaleiro da Lua e Gavião Arqueiro, foram melhores, até Echo foi simpatiquinha, mas Loki teria sido a mais bem-sucedida, com elementos migrando para os filmes... não fosse a ligação direta com Kang, o Conquistador, que apareceu no fraco Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania.

A versão do vilão, mesmo tendo apanhado da 3.ª divisão dos heróis do MCU, o Victor Timely e o Aquele que Permanece de Loki, deveriam ser as pontas para justificar o Conselho dos Kangs, que aparece no fim de Quantumania, uma sociedade formada pelas variantes de Kang de todo o Multiverso.

O problema, o ator Jonathan Majors foi condenado por assédio e abuso, a Marvel foi obrigada a demiti-lo, e no fim, todo o plano para o vilão foi descartado, já que a cena do Conselho mostrava que TODAS as variantes tinham a mesma cara (não, o lagarto não conta).

Kang e Majors se tornaram indissociáveis, e um recast, como os feitos com James Rhodes/Máquina de Combate, e Bruce Banner, não resolveria o problema. A Marvel preferiu jogar tudo fora, incluindo o roteiro de Vingadores: Dinastia Kang, e escalar um novo vilão principal, mas a pergunta era, "quem?"

Kang prometia uma saga épica, mas os problemas de Jonathan Majors com a Justiça puseram tudo a perder (Crédito: Marvel Comics/Disney)

Feige já havia anunciado a introdução de Blade, os X-Men e o Quarteto Fantástico no futuro, e tirando o daywalker, os planos para os demais tiveram que ser adiantados. O filme da primeira família estreia em julho de 2025, e será uma aventura retrofuturista, passada durante os anos 1960.

Já os Filhos do Átomo despontaram aqui e ali, por exemplo, as aparições de Hank McCoy/Fera e Ororo Munroe/Tempestade (como Thor, deusa do Trovão), em As Marvels e What If...? respectivamente, Namor, o Príncipe Submarino como o antagonista de Pantera Negra: Wakanda Para Sempre, e a revelação de que a Kamala Khan/Ms. Marvel é uma mutante.

Quem vai salvar o MCU?

A excelente recepção de Deadpool & Wolverine, o filme 18+ mais lucrativo da história, e a 20.ª maior bilheteria de todos os tempos, mostrou que boas histórias centradas nos mutantes da Marvel ainda atraem público, e nem todo mundo têm ranço do Foxverso; é difícil superar a genialidade de Bryan Singer e cia. ao escalar os Sirs Patrick Stewart e Ian McKellen, respectivamente como Professor Charles Xavier e Magneto, e Hugh Jackman É o Wolverine, ponto.

Dito isso, a Fox cometeu trapalhadas homéricas ao longo dos anos, enquanto controlou as marcas X-Men e Quarteto Fantástico. Galactus como uma nuvem foi unanimemente rejeitado pelos fãs, o reboot de 2015 foi um desastre, o vazamento de X-Men Origens: Wolverine nos poupou a ida ao cinema, ao revelar que o filme era uma bomba, e ninguém viu Os Novos Mutantes. O finado estúdio também produziu coisas para a TV, mas poucos lembram de Legião, ou de The Gifted.

Ryan Reynolds se ressentiu por anos pelo tratamento da Fox ao Deadpool, e encampou o filme de 2016 para retratar o mercenário desbocado da maneira certa, com quebra da 4.ª parede e tudo. O filme foi um sucesso, a sequência foi mais ou menos, e o ator continuou envolvido na produção do terceiro, já dentro do MCU e com o carcaju a tiracolo.

Voltando ao Quarteto Fantástico, é impossível trazer Reed, Sue, Johnny e Ben sem seu nêmesis, e com isso Doutor Destino acabou promovido ao posto que era do Kang, como o grande vilão da Saga do Multiverso. Para garantir o público, a Marvel jogou muito dinheiro no colo de Robert Downey Jr., que voltará para viver Victor Von Doom, algo que não foi explicado como vai funcionar (provavelmente uma variante com a cara do Homem de Ferro, vai saber).

Sem Kang, a Marvel Studios teve que recorrer ao Doutor Destino, e por tabela, ao Quarteto Fantástico (Crédito: Davide Tosello/ArtStation/Marvel Comics/Disney)

Os irmãos Russo também receberam uma bolada extra para serem convencidos a voltar, e inicialmente isso envolveria apenas os dois filmes dos Vingadores, mas segundo o insider Daniel Richtman, Joe e Anthony teriam assinado um contrato para "supervisionar projetos adicionais", um deles o reboot dos X-Men e sua devida introdução no MCU. Isso não quer dizer que eles vão assumir a direção, mas devem atuar como produtores de filmes e/ou séries futuras.

Segundo Feige, os X-Men devem ser apresentados após Vingadores: Guerras Secretas, o filme que fechará a Fase 6 em 2027, dando a entender que a Fase 7 será focada nos mutantes, mas claro, não há roteiro, elenco, previsão de lançamento, nada. Só sabemos que vai acontecer no futuro, e só.

Claro, o envolvimento dos irmãos Russo no reboot dos X-Men não é mais do que um rumor, e como tal, deve ser encarado com os dois pés atrás, mas em algum momento Wolverine, Xavier, Magneto e cia. deverão dar o ar da graça no MCU, principalmente para soprar ar fresco e permitir contar novas histórias, quem sabe, sem espremer tramas e aproveitando primariamente os conceitos, como James Gunn fez com os três Guardiões da Galáxia.

Agora encarregado de reformular o DCU, o produtor/diretor outrora chutado pela Marvel (big mistake!) é um nerd que aprendeu a fazer muito com pouco, graças aos anos na Troma, e que ama o que faz, tal qual Kevin Smith. Por isso que seu Superman parece o mais fiel possível ao material original E aos filmes de Richard Donner, estrelados por Christopher Reeve (dica: assista o documentário Super/Man, vale cada segundo), e longe o máximo possível do Snyderverso, ainda que o "desfile" de heróis lhe dê um ar de samba do kriptoniano doido.

Tempestade como Thor (e dublada mais uma vez por Alison Sealy-Smith) foi excelente, e é canônica (Crédito: Marvel Studios/Disney)

Se a Marvel Studios aprendeu alguma coisa nos últimos anos, ela deverá manter os irmãos Russo (e RDJ também, claro) satisfeitos, para garantir que o MCU não saia mais dos trilhos, e volte a empolgar o público como o fez durante a saga das Joias do Infinito. É isso, ou deixar que James Gunn assuma esse vácuo, com as novas produções do DCU.

Fonte: GeekyTyrant

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