Vírus sincicial: o que se sabe sobre o novo imunizante aprovado no Brasil?

Anticorpo monoclonal foi aprovado pela Anvisa em outubro de 2023 e deve começar a ser distribuído nas próximas semanas

Fev 4, 2025 - 02:38
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Vírus sincicial: o que se sabe sobre o novo imunizante aprovado no Brasil?

Chega ao Brasil, nesta semana, um novo imunizante desenvolvido para a prevenção e combate ao Vírus Sincicial Respiratório (VSR), doença conhecida por ser uma das principais causadoras do desenvolvimento de bronquiolite e pneumonia em bebês e crianças de até 2 anos.

O anúncio foi feito pela farmacêutica Sanofi, que apresentou o Beyfortus (nirsevimabe) como um anticorpo monoclonal de ação prolongada, capaz de oferecer proteção direta contra a exposição ao vírus em recém-nascidos e bebês com menos de 1 ano.

Segundo a empresa, a vacina não exige a ativação do sistema imunológico de forma imediata, o que proporciona uma resposta mais rápida e eficaz contra o vírus logo após o nascimento.

O nirsevimabe passou por uma modificação em sua estrutura, permitindo que o paciente não precise mais de cinco doses durante toda a sazonalidade para se proteger do vírus” explica Dr. Renato Kfouri, pediatra infectologista e presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria.

“Com uma única dose, aplicada ao nascer, a proteção é prolongada por cinco meses, garantindo que o bebê atravesse o primeiro semestre de vida protegido”, adiciona.

De acordo com pesquisas publicadas pela empresa, o novo imunizante foi responsável por uma redução de 83% nas hospitalizações de bebês menores de 1 ano em decorrência de infecções respiratórias causadas pelo VSR, um cenário considerado inédito por especialistas em alguns países.

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“Oferecer uma proteção robusta contra o VSR ajuda a evitar complicações futuras, diminui a demanda por cuidados médicos intensivos nos anos seguintes e contribui para uma melhor qualidade de vida de recém-nascidos e crianças”, pontua o pediatra.

O que é o VSR?

Vírus sincicial: o que se sabe sobre o novo imunizante aprovado no Brasil?
Vírus é conhecido por por ser um dos principais causadores do desenvolvimento de bronquiolite e pneumonia em bebês e crianças de até 2 anosPexels/Reprodução

O Vírus Sincicial Respiratório (VSR) é uma virose considerada altamente contagiosa, responsável por atingir boa parte dos quadros de infecções respiratórias em bebês e crianças pequenas com até 2 anos de idade.

De acordo com Dr. Renato Kfouri, o vírus também é uma das principais causas por trás do desenvolvimento de doenças como bronquiolite (inflamação das vias aéreas menores nos pulmões) e pneumonia (infecção pulmonar) nessa faixa etária, principalmente durante a virada de sazonalidades como outono e inverno.

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“Embora o VSR possa afetar pessoas de todas as idades, os bebês, especialmente os prematuros ou com condições de saúde pré-existentes, são os mais vulneráveis a complicações graves”, exemplifica o pediatra.

E é por meio do contágio através de secreções respiratórias, como tosse e espirros, que a doença pode causar o desenvolvimento rápido de sintomas como respiração ofegante, falta de ar e febre.

Em casos mais graves, segundo Kfouri, a infecção pode levar à internação hospitalar, especialmente de recém-nascidos.

“A chegada desse imunizante ao Brasil abre portas para um futuro em que todos os bebês possam ser protegidos contra infecções graves”, completa.

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Quando começa a distribuição?

Vírus sincicial: o que se sabe sobre o novo imunizante aprovado no Brasil?
De acordo com a Sanofi, a vacina chega ao catálogo de imunizantes de convênios a partir desta segunda-feira (3)Pexels/Reprodução

De acordo com a Sanofi, com a recente incorporação do nirsevimabe no rol da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), o imunizante será disponibilizado para todos os bebês – incluindo os prematuros – e crianças de até 2 anos via segmento particular. O valor da dose é estimado em R$ 2.603,32.

Já para as aplicações via planos de saúde, a empresa anunciou cobertura com exceções. “Inicialmente, a cobertura estará direcionada somente para bebês nascidos com menos de 37 semanas de gestação e para crianças com menos de 2 anos de idade que apresentem doenças pulmonares ou cardíacas com repercussões clínicas”, revelou Guillaume Pierart, General Manager de vacinas da empresa.

Já a Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias) avalia a possibilidade de incluir o Beyfortus no SUSA consulta pública, realizada no fim de 2024, está sendo analisada. A decisão final sobre o acesso à vacina pelo SUS, segundo a farmacêutica, será tomada em breve.

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