Primeira consulta com ginecologista: quando e como ela deve acontecer?

O indicado é que essa avaliação ocorra antes da primeira menstruação.

Fev 3, 2025 - 09:58
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Primeira consulta com ginecologista: quando e como ela deve acontecer?

 O ideal, segundo especialistas, é que o primeiro atendimento seja feito por volta dos 10 anos de idade – NewAfrica/Depositphotos

A primeira consulta com um ginecologista é um momento de transição, no qual a menina passa da infância para o início da adolescência. O contato inicial com essa especialidade médica costuma ser cercado por ansiedade e questionamentos, tanto por parte da mãe quanto da filha. Por isso, é importante que ocorra da forma mais natural possível e que o relacionamento entre médico e paciente vá se estreitando aos poucos.

Segundo a ginecologista Cláudia Barbosa Salomão, membro da Comissão Especializada em Ginecologia da Infância e Adolescência da Federação Brasileira de Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), o ideal é que o primeiro atendimento seja feito por volta dos 10 anos de idade. É nessa fase, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), que se inicia a adolescência. 

Apesar de, normalmente, a primeira menstruação ainda não ter acontecido, as características da puberdade estão começando a surgir, como os brotos mamários e os pelos pubianos. “Nessa idade, a menina tem menos expectativas quanto à consulta e um nível de constrangimento menor do que mais tarde, o que permite um contato mais espontâneo e descontraído e, é claro, a criação de um vínculo mais cedo”, diz Salomão.

É indicado que o ginecologista acompanhe desde o início as mudanças físicas e emocionais provocadas pelas alterações hormonais. Assim, é possível preparar a menina para o que está por vir, permitindo que ela se sinta mais segura diante da menstruação, cólicas e todas as mudanças no seu corpo.

Mas é importante que a criança nunca vá à consulta ginecológica contra sua vontade. Os responsáveis devem explicar o motivo da consulta e a importância de conhecer esse profissional. A escolha do médico também merece atenção. “De preferência, ele deve ter alguma experiência em lidar com adolescentes, o que faz com que seja capaz de criar um ambiente acolhedor. A menina precisa se sentir protegida e ter confiança na pessoa que vai acompanhá-la daqui para frente”, afirma a ginecologista e obstetra Renata Bonaccorso Lamego, do Hospital Israelita Albert Einstein. “Elas vêm ansiosas para saber como vai ser esse contato e como serão examinadas.”