Parlamentares esperam que diálogo entre Motta e Alcolumbre una o Congresso frente aos outros poderes
Senado tenta recuperar poder dentro do Congresso e ao mesmo tempo melhorar diálogo com a Câmara para se posicionar frente ao Supremo Tribunal Federal. A escolha dos novos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), no último sábado (1º) tem um impacto direto em como as duas Casas devem se relacionar entre si e na relação com os outros Poderes da República. Saiba quem são os novos presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre Depois de anos de afastamento entre os antigos comandantes do Legislativo – o deputado Arthur Lira (PP-AL) e o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) –, a expectativa de parlamentares agora é de um diálogo maior entre os dois novos presidentes. Entre as possíveis consequências desta nova dinâmica estão o destravamento de votação de medidas provisórias e uma frente unida na articulação com o Supremo Tribunal Federal (STF) para destravar o imbróglio sobre as emendas parlamentares. Nos bastidores, aliados dos dois presidentes dizem que eles têm se falado com frequência, desde a expectativa quase certa de que seriam eleitos. Num gesto de aproximação, Alcolumbre convidou Hugo Motta para a residência oficial do Senado nesta segunda-feira (3) para que ambos saíssem no mesmo carro e chegassem juntos ao Congresso para a sessão de abertura do ano legislativo. A melhora na relação é um objetivo dos próprios presidentes da Câmara e do Senado, até para cumprirem as promessas que fizeram aos seus pares. “Devemos também priorizar um alinhamento de pautas com o Senado para otimizar o processo legislativo”, disse Motta ao assumir o cargo no último sábado. Alcolumbre também afirmou que é necessário melhorar a comunicação para que o Legislativo não seja enfraquecido, como julga que foi nas gestões Lira e Pacheco. Presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). TON MOLINA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO As falas fizeram com que senadores da oposição e do governo tenham a expectativa de que as duas Casas tenham uma convivência melhor nos próximos dois anos. Segundo o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), Motta é uma pessoa “cordial”, assim como Alcolumbre. Para ele, os parlamentares saberão dialogar. “Acho que a relação entre eles será mais harmônica, vamos ter uma relação mais harmônica com a Câmara”, disse o senador, que é colega de partido do novo presidente da Câmara. A leitura é similar à feita por Otto Alencar (PSD-BA), provável presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado. Para ele, mesmo se Motta e Alcolumbre não se tornarem amigos, o importante é que eles consigam “fazer entregas para o Brasil”. Mas ele também acredita que os dois podem estreitar relações. “Até porque para odiar o Davi, a pessoa tem que morar na China, porque no Brasil vai acabar gostando dele”, afirma. 'Discussão deve existir', diz Hugo Motta sobre proposta de parlamentarismo no Brasil Medidas provisórias Também no sábado, Alcolumbre vocalizou a insatisfação dos senadores diante do rito de tramitação das medidas provisórias. Desde a pandemia, as comissões mistas para analisar as matérias (formadas por senadores e deputados) foram interrompidas, e nunca foram retomadas. De um lado, Arthur Lira se recusava a instalar os colegiados pois alegava que a votação direta nos plenários da Câmara e Senado dava celeridade ao rito e reduzia a quantidade de jabutis nas propostas.
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Senado tenta recuperar poder dentro do Congresso e ao mesmo tempo melhorar diálogo com a Câmara para se posicionar frente ao Supremo Tribunal Federal. A escolha dos novos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), no último sábado (1º) tem um impacto direto em como as duas Casas devem se relacionar entre si e na relação com os outros Poderes da República. Saiba quem são os novos presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre Depois de anos de afastamento entre os antigos comandantes do Legislativo – o deputado Arthur Lira (PP-AL) e o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) –, a expectativa de parlamentares agora é de um diálogo maior entre os dois novos presidentes. Entre as possíveis consequências desta nova dinâmica estão o destravamento de votação de medidas provisórias e uma frente unida na articulação com o Supremo Tribunal Federal (STF) para destravar o imbróglio sobre as emendas parlamentares. Nos bastidores, aliados dos dois presidentes dizem que eles têm se falado com frequência, desde a expectativa quase certa de que seriam eleitos. Num gesto de aproximação, Alcolumbre convidou Hugo Motta para a residência oficial do Senado nesta segunda-feira (3) para que ambos saíssem no mesmo carro e chegassem juntos ao Congresso para a sessão de abertura do ano legislativo. A melhora na relação é um objetivo dos próprios presidentes da Câmara e do Senado, até para cumprirem as promessas que fizeram aos seus pares. “Devemos também priorizar um alinhamento de pautas com o Senado para otimizar o processo legislativo”, disse Motta ao assumir o cargo no último sábado. Alcolumbre também afirmou que é necessário melhorar a comunicação para que o Legislativo não seja enfraquecido, como julga que foi nas gestões Lira e Pacheco. Presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). TON MOLINA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO As falas fizeram com que senadores da oposição e do governo tenham a expectativa de que as duas Casas tenham uma convivência melhor nos próximos dois anos. Segundo o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), Motta é uma pessoa “cordial”, assim como Alcolumbre. Para ele, os parlamentares saberão dialogar. “Acho que a relação entre eles será mais harmônica, vamos ter uma relação mais harmônica com a Câmara”, disse o senador, que é colega de partido do novo presidente da Câmara. A leitura é similar à feita por Otto Alencar (PSD-BA), provável presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado. Para ele, mesmo se Motta e Alcolumbre não se tornarem amigos, o importante é que eles consigam “fazer entregas para o Brasil”. Mas ele também acredita que os dois podem estreitar relações. “Até porque para odiar o Davi, a pessoa tem que morar na China, porque no Brasil vai acabar gostando dele”, afirma. 'Discussão deve existir', diz Hugo Motta sobre proposta de parlamentarismo no Brasil Medidas provisórias Também no sábado, Alcolumbre vocalizou a insatisfação dos senadores diante do rito de tramitação das medidas provisórias. Desde a pandemia, as comissões mistas para analisar as matérias (formadas por senadores e deputados) foram interrompidas, e nunca foram retomadas. De um lado, Arthur Lira se recusava a instalar os colegiados pois alegava que a votação direta nos plenários da Câmara e Senado dava celeridade ao rito e reduzia a quantidade de jabutis nas propostas.