ISS bomba em Santa Catarina

O setor de tecnologia em Santa Catarina está crescendo em ritmo acelerado, e, cada vez mais, fora da capital Florianópolis. É que mostram dados da Associação Catarinense de Tecnologia sobre a evolução da arrecadação do imposto ISS de em...

Jan 31, 2025 - 15:44
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ISS bomba em Santa Catarina

O setor de tecnologia em Santa Catarina está crescendo em ritmo acelerado, e, cada vez mais, fora da capital Florianópolis.

É que mostram dados da Associação Catarinense de Tecnologia sobre a evolução da arrecadação do imposto ISS de empresas de tecnologia em diferentes regiões do estado entre 2019 e 2023. 

O Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza tem alíquotas entre 2% e 5% e deve ser pago na cidade onde a empresa está sediada por empresas de desenvolvimento, licenciamento, suporte, consultoria e data centers, entre outros.

Florianópolis teve a maior arrecadação, com um total de R$ 98 milhões, o que representa um crescimento de 85% desde 2019.

A capital catarinense é apontada há alguns anos como um dos principais pólos da cena de startups em nível nacional, então o fato da cidade estar na frente não surpreende.

No entanto, a arrecadação somada de outras sete cidades que são pólos regionais em Santa Catarina soma R$ 190 milhões, quase o dobro, mostrando que o setor está distribuído em todo o estado. 

A segunda maior arrecadação vem de Joinville, com R$ 68,7 milhões, uma alta de 88%, o que também não é surpreendente, tendo em conta que a cidade é a maior de Santa Catarina, com 616 mil habitantes, e sede de muitas grandes empresas de tecnologia. 

Logo atrás vem Blumenau, outro pólo importante da indústria de TI catarinense, com  R$ 45 milhões, o que é uma alta de 10 vezes frente ao resultado de 2019. 

O que fez a diferença aqui foi a instalação de uma operação da Serasa, que se tornou um grande contribuinte na cidade. 

Outra cidade com um grande crescimento foi a pequena Rio do Sul, uma cidade de 72 mil habitantes a 200 quilômetros de Florianópolis, no qual a arrecadação foi de R$ 4,6 milhões, uma alta de 460%.

Em Lages, no gelado planalto catarinense, a arrecadação foi de R$ 5,5 milhões, alta de 165%. Em Itajaí, conhecida pelo seu porto, arrecadou R$ 28,1 milhões, alta de 135,6%; Criciúma, pólo industrial no sul do estado, chegou a R$ 28,1 milhões, alta de  123% e Chapecó, centro do agronegócio no oeste do estado, R$10 milhões, alta de 56%.

“A inserção de um modelo econômico baseado em tecnologia vem crescendo há pelo menos 30 anos. A presença de universidades, como a Federal de Santa Catarina e do Estado de Santa Catarina, trouxe ao estado um modelo econômico com foco em ciências, dados e inovação”, explica Diego Ramos, presidente da ACATE. 

O estado foi, em 2023, o 6° em faturamento no setor de tecnologia no Brasil, segmento este que é responsável por 7,5% do total do PIB, segundo o Observatório da ACATE. 

A expectativa da associação é que o setor de tecnologia represente 10% do PIB até 2030.