“O acionista tem um compromisso claro com o DN e tem-no demonstrado”

“O DN é, digamos, um pequeno destroyer ou um pequeno submarino nuclear, que compete com um ou dois porta-aviões e com outros players de maior dimensão”. É assim que Filipe Alves, desde setembro diretor do Diário de Notícias (DN), olha para o agora principal título da Global Media, cuja edição em papel foi descontinuada ao […]

Jan 24, 2025 - 08:15
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“O acionista tem um compromisso claro com o DN e tem-no demonstrado”

O DN é, digamos, um pequeno destroyer ou um pequeno submarino nuclear, que compete com um ou dois porta-aviões e com outros players de maior dimensão”. É assim que Filipe Alves, desde setembro diretor do Diário de Notícias (DN), olha para o agora principal título da Global Media, cuja edição em papel foi descontinuada ao fim de semana no início do ano. A opção foi “concentrar o fogo” de segunda a sexta-feira, servindo também a decisão para reduzir custos industriais.

Com o DN separado do Jornal de Notícias, da TSF e de O Jogo desde o verão, Filipe Alves diz-se adepto da teoria de que, em algumas situações o small is beautiful. “Nós temos um trabalho de reconstrução do DN. É muito mais fácil fazer esse trabalho quando somos um player isolado, que com alguns ajustes –na empresa –, pode perfeitamente passar a ser sustentável no curto/médio prazo do que estar a tentar dar a volta ao porta-aviões“. “É mais fácil um barco pequeno fazer o turnaround do que um porta-aviões. E é por isso que eu acho que essa situação é um divórcio que é bom para as duas partes”, reforça.

Quanto ao redimensionamento da empresa, apontado pelo novo CEO do grupo como prioritário, Filipe Alves garante que “não está previsto nenhum despedimento na empresa“. Antes de se chegar às pessoas há muito por onde cortar custos, aponta, colocando como hipótese, se existir uma redução de quadros na empresa, o lançamento de um programa de rescisões, como sucedeu no Público e está a decorrer na RTP.

Ser cada vez mais um título multiplataforma é o caminho, tendo a sustentabilidade como objetivo. “Temos que inovar, temos que ser sustentáveis e temos de dar a volta. E eu acho que o DN está bem posicionado para dar a volta, porque tem uma redação experiente, unida, pessoas que vestem a camisola”, diz sobre o jornal que assinalou este mês o 160º aniversário.

Quanto ao principal acionista, Marco Galinha, Filipe Alves afirma que “tem um compromisso claro com o DN e tem-no demonstrado”. “Tem feito injeções de capital e tem investido no produto. Se eu acho que está disposto a suportar um prejuízo X ou Y, sinceramente não quero pensar nisso. O que eu quero é que o jornal seja sustentável”.

Como antecipa o Diário de Notícias (DN) daqui a um ano?

Diria que será um jornal mais sustentável, do ponto de vista do projeto em si. Ou seja, um jornal que vai ser mais ágil do ponto de vista tecnológico, que vai ao encontro de novos públicos e das novas tendências de consumo de informação. E um jornal que, no fundo, reflete a nossa estratégia e que assenta sobretudo em três pilares. Primeiro, foco, ou seja, foco naquilo que é importante, foco nos temas que realmente interessam à nossa comunidade de leitores. Nós não somos um porta-aviões, não temos 150 jornalistas, como alguns dos nossos concorrentes, para poder ‘ir a todas’. Temos que nos focar naqueles temas que são realmente importantes.

E que são?

Essencialmente os temas que são decisivos para o futuro do país e que são importantes nas áreas-chave que correspondem à nossa comunidade de leitores. No fundo, política, sociedade, internacional, economia, cultura e desporto, vamos estar em cima dos temas que realmente importam nestas áreas. O que nos leva ao segundo ponto, que é a comunidade. A comunidade do DN está repartida por várias pequenas comunidades mais específicas, nomeadamente nessas áreas que mencionei, mas também, por exemplo, os temas da segurança, da defesa, da política externa, dentro da economia claro que há vários. E essas micro-comunidades, quando juntas, fazem uma comunidade maior, a comunidade do DN. Acredito muito que um projeto de media, para ter sucesso, para ter futuro, tem que ter uma comunidade de base que o suporte. De leitores, de anunciantes, parceiros, pessoas que participam nos nossos eventos.

As pessoas que mantêm a marca viva.

É aquilo que mantém a marca viva e que justifica a nossa existência. Temos que ir ao encontro dessa comunidade. O que nos leva também ao terceiro pilar, que é sermos multiplataforma. Sermos um jornal que até há pouco tempo tinha como objetivo ser o jornal em papel mais atualizado na manhã seguinte, para passar a ser verdadeiramente multiplataforma. Felizmente, há muita gente que ainda gosta de ler em papel mas, como sabemos, há cada vez mais pessoas que querem outros formatos, como podcast e outros. E também os próprios eventos, que fazem parte desse pilar, na medida em que são também a oportunidade para fazer o chamado live journalism e que são muito importantes.

O DN é, digamos, um pequeno destroyer ou um pequeno submarino nuclear, que compete com um ou dois porta-aviões e com outros players de maior dimensão.

Descontinuaram, no início de janeiro, a edição em papel ao fim de semana. Porquê esta decisão? E até por que não fazer ao contrário, apenas edição semanal, como aconteceu em tempos? À sexta-feira concorrem inclusive com o Expresso.

Concorremos com toda a gente e vivemos muito bem em concorrência. Gostamos disso e sentimo-nos a fazer cada vez mais e melhor. Por um lado, tem a ver com a questão de reduzir custos industriais, de papel e distribuição, é uma poupança significativa. E, obviamente que há essa dimensão da despesa. Mas, por outro lado, há de facto esse objetivo do foco. E isto permite-nos fazer o quê? Permite-nos estar focados a nível de equipa, de segunda a sexta-feira, que são os dias em que temos de responder enquanto jornalistas a mais atualidade. Somos 40 jornalistas, temos de nos focar naquilo onde realmente podemos fazer a diferença. Gosto muito de usar comparações náuticas, o DN é, digamos, um pequeno destroyer ou um pequeno submarino nuclear, que compete com um ou dois porta-aviões e com outros players de maior dimensão. E nós temos que ser certeiros. Ou seja, podemos dar um tiro e tem que ser certeiro, temos que concentrar o nosso fogo. E o nosso fogo está concentrado naqueles dias úteis da semana.

Têm que dar tiros todos os dias. Um tiro, de vez em quando, não fará a diferença.

Todos os dias, exatamente. Temos procurado fazer isso e temos tido notícias exclusivas e as nossas manchetes têm sido impactantes a vários níveis. Mas isto permite-nos focar a equipa durante a semana e, ao mesmo tempo, apostar na sexta-feira como um dia forte, no qual damos ao nosso leitor uma experiência reforçada, com outros conteúdos. Ao fim de semana apostamos na edição online e estamos, no fundo, a preparar trabalhos ao longo da semana, que depois são publicados no fim de semana no site. E vamos ter mais novidades no futuro, que não queria para já revelar, mas será, no fundo, uma aposta no digital.

Filipe Alves, diretor do Diário de Notícias, em entrevista ao ECO/+MLuís Francisco Ribeiro/ECO

Pode antecipar algumas dessas novidades?

Algumas newsletter de autor, podcast, ou seja, produtos que vamos pensar especificamente para o fim de semana e que creio que os nossos leitores vão gostar.

timeline?

Ao longo deste ano vamos lançar novos produtos, mas diria que até ao final do primeiro trimestre já se verá alguma coisa. Só para enquadrar, lançamos a edição de fim de semana à sexta-feira, deixamos de sair em papel ao sábado e domingo, e os primeiros números a que já temos acesso, da Vasp — ainda são preliminares e não quero estar aqui a exagerar –, mas revelam aumentos de 25 a 30% nas vendas à sexta-feira.

Quanto é que o Diário de Notícias está a vender?

Acima dos mil. Não queria revelar números, mas acima dos mil.

De acordo com os últimos dados da Associação Portuguesa para a Controlo de Tiragem e Circulação (APCT), no terceiro trimestre do último ano vendia 1188 exemplares em papel e 977 no digital, que vinha a cair trimestre após trimestre.

Essa tendência do digital terá sido invertida agora no final do ano, com o novo site e também com uma campanha de leituras que lançámos com o New York Times e que correu bastante bem. O caminho que estamos a fazer, e só para recuperar a questão anterior, permitiu no fundo aumentar as vendas à sexta — ainda são números preliminares, mas tudo indica que sim.

Mas vendem mesmo mais de mil exemplares em banca?

Sim. E à sexta-feira vendemos mais 20 a 30% do que vendíamos antes. O que fizemos foi também lançar o novo site, que vai ser importante precisamente para que o DN seja verdadeiramente multiplataforma. Ou seja, a app que estamos agora a ultimar vai permitir assinar o jornal muito mais facilmente. Se a pessoa quiser ler ou comprar o jornal, só tem que clicar.

No caso de um jornal como o DN, as pessoas têm sempre tendência a comparar com o passado, continua a fazer sentido [a edição em papel]

O papel, cinco dias por semana, ainda faz verdadeiramente sentido?

Creio que faz. Nós achamos que faz sentido, não só porque uma parte importante da nossa comunidade o valoriza — é por causa destas pessoas que existimos, não podemos, de ânimo leve, deixar de ter o jornal em papel. Por outro lado, é importante do ponto vista comercial e é importante também do ponto de vista de posicionamento da marca. O melhor marketing que se pode ter é estar na banca, se calhar.

Ainda hoje? Com cada vez menos bancas, cada vez menos…

No caso de um projeto que é nativo digital, como o caso do ECO, não faz sentido, eventualmente. No caso de um jornal como o DN, as pessoas têm sempre tendência a comparar com o passado, continua a fazer sentido.

Ou seja, desaparecer seria uma perda de força anunciada.

Neste momento, sim. Não digo que no futuro, 10 a 15 anos, ninguém sabe como vai ser o mercado. A minha crença é que o papel nunca vai deixar de existir. Se vai ser diário, semanal? Não me refiro só ao DN, mas vai sempre existir papel, até por uma questão psicológica.

Todos os dados conhecidos apontam para a contínua quebra do investimento publicitário em imprensa, que vai continuar em 2025. Como é que um jornal em papel, ou o DN em concreto, pode ainda ser relevante para os anunciantes?

Antes de mais há uma questão do posicionamento da marca. O DN, e esta é a nossa visão, a nossa estratégia, só tem futuro se se afirmar, de facto, como um jornal credível, de referência. Um jornal que seja institucional, mas sem ser reverente, e que seja incontornável.

Filipe Alves, diretor do Diário de Notícias, em entrevista ao ECO/+MLuís Francisco Ribeiro/ECO

E acha que era? Que tem sido?

Acho que era, apesar de todas as dificuldades. Mas nós temos que trabalhar com o objetivo de sermos o jornal em que os portugueses mais confiam. É um objetivo muito ambicioso, mas temos que ir atrás desse objetivo.

É um objetivo realista?

É realista. É difícil de quantificar, de medir, mas é um ideal que temos que atingir. Numa era de desinformação crescente, em que a reputação dos media — e vimos isso nos Estados Unidos agora, com estas eleições — está pelas ruas da amargura, em que há muita polarização, acho que uma marca como o DN tem que se afirmar como um jornal que procura ser isento e independente. Estamos a falar de ideais, sei que a condição humana mete-se aqui no meio muitas vezes e temos de ter noção disso. Mas o nosso ideal tem que ser esse e posicionar-nos como um jornal bem feito, isento, rigoroso.

Neste momento não está previsto nenhum despedimento na empresa. O que eu diria, é que a acontecer alguma coisa, poderia ser, eventualmente, um programa de rescisões amigáveis, como aqueles que o Público e a RTP anunciaram recentemente.

O DN pertence a um grupo que até o verão do ano passado era muito maior, com o Jornal de Notícias, a TSF ou O Jogo, entre outros títulos. Como é estarem sozinhos? Mesmo em termos de sinergias de grupo e comerciais?

As sinergias comerciais continuam a existir. E também é bom recordar que a Global tem ainda uma participação relevante na Notícias Ilimitadas (NI).

Trinta por cento.

Sim. E ainda há sinergias a nível editorial, a esse nível continua a funcionar muito como funcionava antes. Do ponto de vista do estarmos sozinhos, eu sou adepto da teoria que em algumas situações o small is beautiful. Temos um trabalho de reconstrução do DN. É muito mais fácil fazer esse trabalho quando somos um player isolado, que com alguns ajustes — não me refiro à redação, refiro-me à empresa no seu todo–, pode perfeitamente passar a ser sustentável no curto/médio prazo, do que estar a tentar dar a volta ao porta-aviões.

Voltamos à alegoria náutica, é mais fácil um barco pequeno fazer o turnaround do que um porta-aviões. E é por isso que eu acho que essa situação é um divórcio que é bom para as duas partes. É bom para os camaradas da NI, que também durante anos eram afetados pela situação do DN, e é bom para o DN porque tem agora o espaço para fazer o seu caminho, afirmar-se e chegar a novos públicos.

A Global Media tem desde este mês um novo CEO, Luís Figueiredo Trindade, com quem lançou o Jornal Económico há oito anos. Quando avançamos a notícia das suas novas funções, Luís Figueiredo Trindade disse-nos que o redimensionamento da empresa, e a valorização das suas marcas, eram as principais prioridades. Este redimensionamento da empresa quer dizer o quê?

Esse é um tema da administração, como frisou e bem…

Que impacto pode ter no DN, perguntando de outra forma?

Já sei que me vai perguntar se são despedimentos, mas não. Neste momento não está previsto nenhum despedimento na empresa. O que eu diria, é que a acontecer alguma coisa, e mais uma vez friso que é uma competência da administração e eu não sou a pessoa mais indicada para falar disto, poderia ser, eventualmente, um programa de rescisões amigáveis, como aqueles que o Público e a RTP anunciaram recentemente. É o tipo de solução que eu creio que está em cima da mesa, eventualmente, se for necessário reduzir a equipa.

Agora, pela minha interpretação dessas palavras, diria que o Luís se referia mais a ajustes em rubricas como fornecimentos e serviços externos, às vezes coisas tão simples como a quantidade de impressoras que temos na redação. Estamos a falar de uma empresa que tinha uma dimensão muito significativa, até há pouco tempo, e continua a ter coisas… O espaço que temos arrendado, por exemplo.

Voltamos à alegoria náutica, é mais fácil um barco pequeno fazer o turnaround do que um porta-aviões. E é por isso que eu acho que essa situação é um divórcio que é bom para as duas partes.

Estão nas Torres de Lisboa, com três pisos. Vão sair de lá?

Antes de chegarmos às pessoas, há muita coisa que se pode fazer para redimensionar, fazer esses ajustes. E por isso, não estou a ver grande impacto no Diário de Notícias, a nível de equipa ou de qualidade do produto, que é aquilo que nos deve preocupar acima de tudo. Em relação às Torres de Lisboa, creio que existe uma intenção de sair de lá este ano.

De acordo com a ficha técnica, a equipa do DN, contando com o Dinheiro Vivo, são 37 jornalistas. É suficiente para o que querem fazer? E este número não vai reduzir?

Fazemos uma avaliação a todo o momento dos meios que temos e das necessidades que temos. Ainda recentemente saíram dois camaradas nossos e não foram substituídos. Ou seja, há uma gestão que é feita diariamente, se quisermos. Não vejo grandes alterações nesse número. Agora, há decisões que são da administração e nós temos que nos adaptar.

Estamos num mercado muito volátil. Eu chamo a atenção para um aspeto, o mercado, o nosso mercado, está, como sabemos, de pernas para o ar. Ainda por cima com os novos desenvolvimentos tecnológicos, com a inteligência artificial a mudar o nosso mundo de uma forma tão rápida, acho que ninguém neste setor pode dizer que daqui a um ano terá isto ou aquilo. Temos que ser muito cautelosos nessa abordagem, ser realistas. Agora, não podemos é deixar de ser fiéis aos nossos valores e também à nossa visão do que é o jornalismo. E, obviamente, também não podemos deixar de ser fiéis às nossas equipas e de tratar as pessoas com a dignidade e o respeito que merecem.

Tem-se falado, são boatos, da possibilidade do DN ser vendido.

É bom sinal, é sinal que há interesse do mercado.

E há, efetivamente?

Não tenho conhecimento de nada. O DN é um título que tem uma história ímpar, tem valor. Falou-se muito da Global Media e do DN. Por vezes parecia que éramos o único grupo que tinha problemas, quando toda a gente tem problemas, a verdade é esta, mesmo aqueles que dão lucro. Não há nenhum grupo de media hoje em dia que possa estar muito contente. Obviamente há uns que são rentáveis e outros que não, mas os rentáveis são muito poucos.

Fizemos em setembro um apanhado dos principais grupos de media não cotados e havia apenas três rentáveis.

Isso já dá uma ideia. Se olharmos então para os jornais de circulação nacional, quantos é que dão lucro? Muito poucos. Mas isto tem a ver com a realidade do mercado e nós temos que saber reagir. Temos que inovar, temos que ser sustentáveis e temos de dar a volta. E eu acho que o DN está bem posicionado para dar a volta, porque tem uma redação experiente, unida, pessoas que vestem a camisola.

De facto, é uma equipa muito unida. E quando digo unida, não é que concordemos todos uns com os outros, não é isso. Estamos unidos no essencial, a defesa do DN. E isso foi uma surpresa agradável que eu encontrei quando cheguei. Há pessoas que vestem a camisola, que sentem aquilo como a sua casa. Isso é uma vantagem forte. Depois, tem uma marca fortíssima, muito credível e que creio que vai continuar a ser credível e, se Deus quiser, mais credível ainda. E temos uma estratégia ambiciosa também para novos formatos, vamos usar a tecnologia a nosso favor e vamos em frente. Em frente é o caminho, não podemos estar aqui a chorar o passado e sempre a falar das coisas negativas. Temos que olhar para a frente. Dito isto, é normal que, neste contexto, e com uma marca com força como o DN, surjam boatos de investimento.

A estrutura accionista está estável, neste momento?

Neste momento acho que sim. Creio que está estável e há um compromisso estável com o futuro do grupo. Não tenho dúvidas disso.

Filipe Alves, diretor do Diário de Notícias, em entrevista ao ECO/+MLuís Francisco Ribeiro/ECO

Marco Galinha, o principal acionista, dizia em fevereiro, em entrevista ao Público, que admitia manter o Diário de Notícias — o grupo ainda não tinha sido separado — mesmo a perder 500 a 700 mil euros por ano. Continua a ser este o compromisso?

Acho que o acionista tem um compromisso claro com o DN e tem-no demonstrado. Tem feito injeções de capital e tem investido no produto. Se eu acho que está disposto a suportar um prejuízo X ou Y, sinceramente não quero pensar nisso. O que eu quero é que o jornal seja sustentável, é do interesse quer do acionista, quer do nosso próprio interesse. Acho que nós temos que perder aquela ideia de que é preciso alguém para bancar o prejuízo, esse tempo passou. Temos a sorte de ter um acionista que nos valoriza, que nos respeita, que não interfere nas questões editoriais. Isso eu posso atestar.

Ele respeita-nos, respeita o nosso trabalho, e nós respeitamo-lo a ele, também. Mas também compreendemos a vontade de que o jornal não perca muito dinheiro ou que seja sustentável. É normal, não pode continuar a bancar isto. Por isso, nós temos também feito um esforço no sentido de criar condições para que isso seja possível. Vamos continuar a fazer, e eu estou certo que vamos conseguir, que o DN seja o mais sustentável possível e que esse tema nem seja tema.

Pode assistir à entrevista, na íntegra, aqui.

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