EUA bloqueia compras da China
Os Correios dos Estados Unidos suspenderam temporariamente a entrada de qualquer encomenda vinda da China nesta terça-feira, 4, em uma medida que promete ter grande impacto nos gigantes de e-commerce do país. A decisão do U.S. Postal Service aconteceu depois do presidente Donal...
Os Correios dos Estados Unidos suspenderam temporariamente a entrada de qualquer encomenda vinda da China nesta terça-feira, 4, em uma medida que promete ter grande impacto nos gigantes de e-commerce do país.
A decisão do U.S. Postal Service aconteceu depois do presidente Donald Trump eliminar a isenção de impostos para encomendas de até US$ 800 vindas de fora do país.
De acordo com Trump, a medida visa acabar com a prática de algumas empresas chinesas de enviar dessa forma materiais químicos necessários para produção de fentanyl, uma opioide é a origem de uma crise de saúde pública no país.
Os Correios não chegaram a explicar quais são seus planos. Para analistas ouvidos pela Reuters, a empresa precisa encontrar uma maneira de operacionalizar a decisão de Trump, o que não deve ser fácil.
Em 2024, os Estados Unidos receberam uma média de quatro milhões de encomendas isentas de tarifas por dia, ou nada menos do que 1,36 bilhão por ano, 10 vezes mais do que entrada uma década atrás, em 2015.
Todas precisam agora ser identificadas e devidamente tributadas.
A revista Wired descreveu cenas caóticas na fronteira com o Canadá, com caminhões dando meia volta porque tinham pacotes da China no meio da carga.
Algumas empresas estão retirando as encomendas chineses manualmente para poder seguir adiante.
A FedEx, outra grande empresa de logística, segue enviando pacotes da China para os Estados Unidos, mas não dá mais garantia de entrega ou o dinheiro de volta.
Os principais prejudicados são a varejista de cacarecos Temu e a Shein, famosa no Brasil pelas “blusinhas”. As duas respondem por 30% dos pacotes enviados da China para os Estados Unidos. Metade dos pacotes isentos tem origem no país.
Especialistas ouvidos pela Reuters se questionam como os varejistas chineses vão dar conta de pagar os tributos, uma vez que esse é um processo ainda bastante manual e cada produto paga uma alíquota diferente.
O prejuízo não vai só para a China. Na Amazon, por exemplo, metade dos 10 mil melhores vendedores na plataforma são chineses.
Mesmo que os preços no final não subam tanto assim, os atrasos e a imprevisibilidade da fiscalização podem tornar comprar fora dos Estados Unidos menos atrativo, algo que brasileiros certamente vão entender.