Descarbonizados e famintos
Da COP 29 que decorreu no Azerbeijão – reunião mundial que se notabiliza por juntar ansiosos climáticos e evangelistas do apocalipse do planeta – os resultados foram considerados por muitos como decepcionantes. Os activistas políticos neo-marxistas acharam que a promessa de os países ricos gastarem cerca de 300 mil milhões de dólares por ano no […]
Da COP 29 que decorreu no Azerbeijão – reunião mundial que se notabiliza por juntar ansiosos climáticos e evangelistas do apocalipse do planeta – os resultados foram considerados por muitos como decepcionantes. Os activistas políticos neo-marxistas acharam que a promessa de os países ricos gastarem cerca de 300 mil milhões de dólares por ano no que chamam de «reparações climáticas» é apenas uma “migalha”, quando comparada com a dimensão da suposta tarefa da descarbonização e de outras políticas delirantes que advogam.
Ora, os países pobres são responsáveis por menos de 0,5% das emissões de carbono do planeta, e nestas geografias morrem mais de 10 milhões de pessoas todos os anos devido à fome e doenças várias. Todavia os dirigentes políticos e os auto-ungidos patronos do bem-comum estão preocupados com a instalação de painéis solares em África e na Ásia onde graça o flagelo da malária, da tubercolose, ou da mortalidade infantil.
Indivíduos como António Guterres e todos os outros sinistros alucinados pelo clima sabem perfeitamente que as condições meteorológicas extremas resultam em cerca de 9.000 vidas perdidas por ano. Ou seja, 1.100 vezes menos mortes do que as provocadas pela fome e doenças. Mas ainda assim, são suficientemente pervertidos para em frente dos microfones das televisões exigirem que se desviem recursos para a fantochada da transição verde que só prejudica os mais vulneráveis dos vulneráveis.
Como assinalava Bjorn Lomborg num recente artigo publicado no Wall Street Journal, a dita ajuda climática “é a pior forma de melhorar a qualidade de vida ou prevenir mortes”. Os pobres não precisam de descarbonização. Necessitam de crescimento económico, nomeadamente através de acesso a energia abundante e fiável, coisa que nem a energia solar nem eólica garantem.
A cegueira fundamentalista e estupidez ideológica de grande parte do movimento ambientalista dos nossos dias condena à pobreza e à morte gente que poderia ser salva se os apoios financeiros fossem dirigidos por exemplo a campanhas de vacinação infantil, à melhoria das redes escolares, ao alargamento de acesso a água potável, etc…
Perversamente, no ano passado, por exemplo, o Banco Mundial destinou 44% dos seus empréstimos a causas climáticas, o Banco Africano de Desenvolvimento 55% e o Banco Europeu de Investimento 60%. Isto sendo que dois terços deste financiamento climático vão para políticas de “mitigação carbónica” e “transição energética”, obrigando os pobres a reduzir as emissões de carbono, nem que para isso tenham de deixar de comer.
Dá jeito ter pobres, famintos e doentes para que os privilegiados urbanos progressistas ocidentais possam continuar a autocontemplar a sua falsa e desumana virtude.
A minha crónica-vídeo de hoje, aqui: