DeepSeek domina rankings de downloads da App Store em vários países

O DeepSeek, chatbot chinês de código aberto que abalou as estruturas do mercado de tecnologia no início desta…

Jan 29, 2025 - 05:23
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DeepSeek domina rankings de downloads da App Store em vários países
App do DeepSeek em uma pasta do iOS

O DeepSeek, chatbot chinês de código aberto que abalou as estruturas do mercado de tecnologia no início desta semana, continua a impressionar o mundo.

Depois de assumir, no último domingo (26/1), o topo do ranking de aplicativos mais baixados da App Store nos Estados Unidos, dados divulgados ontem pela Appfigures dão conta de que ele já lidera em número de downloads na plataforma da Apple em pelo menos 51 países — incluindo o Brasil.

Ainda de acordo as informações da firma de pesquisa, o chatbot aparece em pelo menos alguma posição do ranking de apps mais baixados da App Store em 111 países, tendo saltado de algo em torno de 1 milhão de downloads na última sexta-feira (24/1) para aproximadamente 2,6 milhões downloads na manhã de ontem.

Para se ter uma noção (ainda) melhor do sucesso meteórico do chatbot, 80% dos downloads totais da ferramenta vieram justamente na última semana — desta vez, de acordo com dados da Sensor Tower. Ele também registrou 300% mais downloads que o Perplexity, outra ferramenta rival.

Como comentamos ontem, o app já ocupava a primeira posição do ranking de aplicativos de produtividade da App Store brasileira, mas agora também aparece na ponta da lista geral da loja ao lado de nomes como ChatGPT (seu rival direto), Threads e gov.br.

Vale notar que os rankings da Apple se baseiam em outras coisas além do número de total de downloads para montar as suas listas, apostando fortemente em algoritmos que levam em conta, por exemplo, grandes volumes de downloads em um curto período — algo que pode indicar um aumento súbito na popularidade de um app.

Apple surfando a onda do DeepSeek?

Como bem sabemos, esse sucesso todo do DeepSeek fez com que as ações de uma série de empresas — mais notavelmente, a NVIDIA — caíssem vertiginosamente ontem. Esse fenômeno se deu pelo fato de que seus desenvolveres teriam gasto apenas US$5,6 milhões para treinar o seu modelo de IA (R1), em vez de centenas de milhões de dólares como outras empresas.

A Apple, no entanto, foi na contramão e viu as suas ações crescerem 3,25%, o que fez muita gente pensar se o sucesso do DeepSeek não teria, mesmo que sem querer, validado a estratégia da Maçã para a Apple Intelligence — muito baseada no mantra “Not first, but best” (algo como “Não os primeiros, mas os melhores”, em tradução livre).

De fato, a Maçã demorou bem mais para adentrar no mundo da IA do que nomes como Meta, Microsoft e Google, mas o surgimento arrasador do DeepSeek pode ter lhe dado a chance de recalcular a rota e, quem sabe, desenvolver uma ferramenta tão poderosa quanto (e sem gastar rios de dinheiro para isso).

A Apple também já deixou bastante claro o seu interesse em construir uma IA capaz de rodar nos seus próprios dispositivos, de modo a proteger a privacidade dos seus usuários. O fato de o DeepSeek ter sido treinado com a ajuda de chips relativamente antigos da NVIDIA pode ter, desse modo, provado que é completamente possível desenvolver um modelo de ponta mesmo com um hardware limitado — no caso, os chips presentes em iPhones, iPads, Macs e até o Vision Pro (que ainda não conta com a Apple Intelligence, diga-se).

Esse buzz todo também fez com que algumas pessoas pensassem na possibilidade de a Apple escolher justamente a startup por trás do DeepSeek para ser a responsável por viabilizar o lançamento da Apple Intelligence na China — algo que, vale lembrar, ainda não aconteceu por conta de questões regulatórias. Como a IA conseguiu ter um desempenho semelhante ao do ChatGPT (que cuida de parte dos recursos de IA dos sistemas mais recentes da Apple no ocidente) em benchmarks, ela parece ser uma candidata óbvia para assumir o posto da OpenAI na China — mas isso, claro, é pura especulação.

Incrível como o mundo da tecnologia pode virar de ponta cabeça em questão de dias, não é verdade?

via TechCrunch