Competências-chave para atuar em DesignOps

Direcionamentos práticos para iniciar ou repensar sua atuação.Venho com obviedades talvez não tão óbvias.Precisamos estar cientes de algumas coisas antes de partir para a ação. Ter acesso a N materiais, conteúdos, ferramentas, saber by the book, parece promissor. Mas o mundo flui do jeito que ele quiser, então: como você faz para lidar com o incerto?Por isso tanto falamos em aprimorar habilidades comportamentais. A decoreba não vai caber em todas as situações. Inclusive seria meio tedioso, não acha? Costumo dizer que, para trabalhar com Ops, você tem que gostar de um pouco de adrenalina, rs.Muito da atuação é ter os fundamentos de Ops em mente em tudo que você fizer — fixar essa mentalidade. Citei os fundamentos em outro artigo: Porque você deveria entender sobre DesignOps. Mas, para adquirir essa mentalidade, é preciso ter algumas competências.O objetivo deste artigo é te fazer revisar ou descobrir essas competências essenciais, ou seja, habilidades esperadas de uma pessoa profissional em DesignOps — sem esgotar o tema.­1. Ser flexívelImagine o meme do “todo dia isso, vey” e o esqueleto correndo inserido aqui. Já usei em outro artigo, então não vou reciclar. Porém é isso. É preciso ser flexível, ter abertura e disposição para fazer as coisas acontecerem mesmo quando parecem simplesmente impossíveis de acontecer.Situações como se deparar com aquela pessoa dando a sugestão mais genérica do universo para um problema extremamente complexo, ser paciente enquanto a pessoa PO fornece uma ideia totalmente descabida para uma situação adversa… É estar aberta mesmo em situações que demonstram ser um desastre. É preciso considerar tudo.Nem tudo é útil, mas pode ser útil em outro momento, talvez impulsionar para algo melhor. É ter em mente que nada é por acaso. Está liberado rir nesses momentos também — mas com responsabilidade.­2. Ser adaptávelÉ saber quando agir e ser ágil ao tomar as atitudes necessárias. É observar o timing das coisas. Não namorar os problemas, ter responsabilidade afetiva.Ser adaptável é entender a relevância da necessidade e agir, mesmo que sequer esteja 100% com o que venha a propor. Afinal, se não for o ideal, que seja possível repensar desde já.Há coisas que não dá para escrever em um papel e deixar para a semana que vem ou próxima sprint. Há momentos em que precisaremos virar a chave e mudar de rota imediatamente, senão perdemos oportunidades e chances de obter impacto de verdade com nossas atividades.­3. Ser analíticaÉ refletir sobre o ambiente onde as iniciativas percorrem ou onde precisarão percorrer. É saber escolher as batalhas — ou até desistir delas.Às vezes estamos indo com muita sede ao pote e o melhor é tomar um gole de cada vez. E nada é definitivo. Às vezes desistir é momentâneo e tudo bem. Trabalhamos com pessoas e qualquer relacionamento tem sua complexidade, altos e baixos, no mundo corporativo não é diferente. Precisamos analisar sempre.Não somente para trazer uma iniciativa, mas também para visualizar novas oportunidades de atuação à Ops. Estamos constantemente operando, vez ou outra há um incômodo, há uma dor, pode ser no plural. Ela pode ser trabalhada, pode ser melhorada.E não precisa ser sempre com algo robusto, podem ser por pequenas ações, quick wins — ações de ganhos rápidos, curto e médio prazo, que podem afetar a longo prazo de maneira muito positiva. Lembre-se: nada é por acaso.­4. Ser resilienteÉ ter em mente que as coisas podem demorar a acontecer. Podem também acontecer de maneira inesperada e será preciso lidar — ou desfrutar disso! Pois operações envolvem pessoas e pessoas são complexas.Principalmente ao mexer na rotina delas. Faz isso, faz aquilo, melhor isso, melhor aquilo… É complicado. As pessoas só entendem a relevância das mudanças quando visualizam os ganhos, quando dá certo, quando está ali escancarado. É importante demonstrar isso a elas também.Pode ser um trabalho um tanto invisível, de certa forma até solitário. Mas você estará no caminho. É preciso acreditar no processo. E vai por mim, é muito bacana quando as coisas começam a se encaixar finalmente. Daí você entende porque tem gente doida (eu) trabalhando com Ops.­5. Ser sistêmicoÉ saber ligar os pontos. Honestamente, agindo de forma analítica, você pode chegar aqui sem muito esforço. Ainda sim, não é regra.Ser sistêmico é visualizar o todo, o panorama, o horizonte de uma maneira macro e integrada. Naturalmente, para isso, não estaremos olhando só para o que é comum à disciplina de Design. Seria visualizar, na corporação, o que poucas pessoas visualizam.Ter uma visão sistêmica também é ser um tanto guardiã.Fato é que as pessoas estão em seus contextos, em seus mundinhos, às vezes silos, não trocando informações, não olhando para o impacto de suas ações. Obviamente isso gera muitos problemas, já que perdemos a convergência de dados, de informações e de ideias.Quem fomenta a conexão de insumos, artefatos e processos, são pessoas que olham o todo que são sistêmicas.­Por fim, e não menos importante…Con

Jan 27, 2025 - 14:14
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Competências-chave para atuar em DesignOps

Direcionamentos práticos para iniciar ou repensar sua atuação.

Capa do artigo — Fundo preto com efeito de luz led neon curvilíneo como se fosse um planeta, mesclando tons de rosa e roxo com um raio turquesa cruzando a imagem

Venho com obviedades talvez não tão óbvias.

Precisamos estar cientes de algumas coisas antes de partir para a ação. Ter acesso a N materiais, conteúdos, ferramentas, saber by the book, parece promissor. Mas o mundo flui do jeito que ele quiser, então: como você faz para lidar com o incerto?

Por isso tanto falamos em aprimorar habilidades comportamentais. A decoreba não vai caber em todas as situações. Inclusive seria meio tedioso, não acha? Costumo dizer que, para trabalhar com Ops, você tem que gostar de um pouco de adrenalina, rs.

Muito da atuação é ter os fundamentos de Ops em mente em tudo que você fizer — fixar essa mentalidade. Citei os fundamentos em outro artigo: Porque você deveria entender sobre DesignOps. Mas, para adquirir essa mentalidade, é preciso ter algumas competências.

O objetivo deste artigo é te fazer revisar ou descobrir essas competências essenciais, ou seja, habilidades esperadas de uma pessoa profissional em DesignOps — sem esgotar o tema.

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1. Ser flexível

Formas abstratas fluídas e brilhantes em tons de roxo, azul e branco, sobre fundo rosa claro

Imagine o meme do “todo dia isso, vey” e o esqueleto correndo inserido aqui. Já usei em outro artigo, então não vou reciclar. Porém é isso. É preciso ser flexível, ter abertura e disposição para fazer as coisas acontecerem mesmo quando parecem simplesmente impossíveis de acontecer.

Situações como se deparar com aquela pessoa dando a sugestão mais genérica do universo para um problema extremamente complexo, ser paciente enquanto a pessoa PO fornece uma ideia totalmente descabida para uma situação adversa… É estar aberta mesmo em situações que demonstram ser um desastre. É preciso considerar tudo.

Nem tudo é útil, mas pode ser útil em outro momento, talvez impulsionar para algo melhor. É ter em mente que nada é por acaso. Está liberado rir nesses momentos também — mas com responsabilidade.

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2. Ser adaptável

É saber quando agir e ser ágil ao tomar as atitudes necessárias. É observar o timing das coisas. Não namorar os problemas, ter responsabilidade afetiva.

Ser adaptável é entender a relevância da necessidade e agir, mesmo que sequer esteja 100% com o que venha a propor. Afinal, se não for o ideal, que seja possível repensar desde já.

Há coisas que não dá para escrever em um papel e deixar para a semana que vem ou próxima sprint. Há momentos em que precisaremos virar a chave e mudar de rota imediatamente, senão perdemos oportunidades e chances de obter impacto de verdade com nossas atividades.

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3. Ser analítica

Estrutura abstrata com várias formas pontiagudas e brilhantes em preto, com reflexos rosados, contrastando com fundo rosa claro

É refletir sobre o ambiente onde as iniciativas percorrem ou onde precisarão percorrer. É saber escolher as batalhas — ou até desistir delas.

Às vezes estamos indo com muita sede ao pote e o melhor é tomar um gole de cada vez. E nada é definitivo. Às vezes desistir é momentâneo e tudo bem. Trabalhamos com pessoas e qualquer relacionamento tem sua complexidade, altos e baixos, no mundo corporativo não é diferente. Precisamos analisar sempre.

Não somente para trazer uma iniciativa, mas também para visualizar novas oportunidades de atuação à Ops. Estamos constantemente operando, vez ou outra há um incômodo, há uma dor, pode ser no plural. Ela pode ser trabalhada, pode ser melhorada.

E não precisa ser sempre com algo robusto, podem ser por pequenas ações, quick wins — ações de ganhos rápidos, curto e médio prazo, que podem afetar a longo prazo de maneira muito positiva. Lembre-se: nada é por acaso.

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4. Ser resiliente

É ter em mente que as coisas podem demorar a acontecer. Podem também acontecer de maneira inesperada e será preciso lidar — ou desfrutar disso! Pois operações envolvem pessoas e pessoas são complexas.

Principalmente ao mexer na rotina delas. Faz isso, faz aquilo, melhor isso, melhor aquilo… É complicado. As pessoas só entendem a relevância das mudanças quando visualizam os ganhos, quando dá certo, quando está ali escancarado. É importante demonstrar isso a elas também.

Pode ser um trabalho um tanto invisível, de certa forma até solitário. Mas você estará no caminho. É preciso acreditar no processo. E vai por mim, é muito bacana quando as coisas começam a se encaixar finalmente. Daí você entende porque tem gente doida (eu) trabalhando com Ops.

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5. Ser sistêmico

Blocos 3D escuros alinhados, com bordas luminosas em neon rosa e azul, criando um padrão geométrico futurista

É saber ligar os pontos. Honestamente, agindo de forma analítica, você pode chegar aqui sem muito esforço. Ainda sim, não é regra.

Ser sistêmico é visualizar o todo, o panorama, o horizonte de uma maneira macro e integrada. Naturalmente, para isso, não estaremos olhando só para o que é comum à disciplina de Design. Seria visualizar, na corporação, o que poucas pessoas visualizam.

Ter uma visão sistêmica também é ser um tanto guardiã.

Fato é que as pessoas estão em seus contextos, em seus mundinhos, às vezes silos, não trocando informações, não olhando para o impacto de suas ações. Obviamente isso gera muitos problemas, já que perdemos a convergência de dados, de informações e de ideias.

Quem fomenta a conexão de insumos, artefatos e processos, são pessoas que olham o todo que são sistêmicas.

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Por fim, e não menos importante…

Considerar competências comuns para designers.

Não podemos esquecer de outras competências comuns da profissão, afinal ser uma profissional competente envolve muitos fatores:

Habilidades técnicas (hard skills), comunicação, negociação, colaboração, liderança de iniciativas, tomadas de decisão, etc.

Além das exigidas para o segmento em que você está (ou deseja estar), as particularidades desses cenários, e aí talvez o céu seja o limite.

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Estou pronta!

Então está na hora de demonstrar e gerar resultados. Sua liderança sabe disso? Como você pode demonstrar possuir essas competências? No que elas refletem em ganho para o time, para a empresa? A partir disso estará tratando Ops na sua essência. Prossiga no processo.

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Referências


Competências-chave para atuar em DesignOps was originally published in UX Collective