Caciques do Congresso apostam em acordão com o STF sobre emendas
Conversas para estancar as investigações de corrupção nos recursos repassados a prefeituras ganharam força nos últimos dias em Brasília
![Caciques do Congresso apostam em acordão com o STF sobre emendas](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2023/10/ABRE-CONGRESSO-NACIONAL-FACHADA-777.jpg.jpg?quality=70&strip=info#)
Apesar do rápido avanço dos inquéritos da Polícia Federal — são mais de vinte no STF –, a devassa nas emendas parlamentares pode ter vida curta.
A cúpula do Congresso, com novo fôlego após as eleições de Davi Alcolumbre e Hugo Motta, propôs e os ministros do Supremo avaliam aceitar um acordo sobre o tema.
A ideia levada aos ministros pelos políticos é adotar critérios de transparência nas emendas e “zerar o jogo”. Por essa proposta, o que foi feito no passado seria esquecido e a fiscalização mais dura sobre emendas ocorreria daqui para frente.
Uma anistia absurda, diga-se.
O combustível para esse acordo, diz um parlamentar do centrão, é a certeza de que nem governo nem oposição se colocariam contra o fim do pente-fino nas verbas, já que praticamente todas as forças políticas do Parlamento nadaram na onda bilionária dos repasses via orçamento secreto. “Todos ganham com o fim dessa coisa do Flávio Dino”, diz o parlamentar.
Apesar dessas tentativas de acordo, se depender de alguns ministros do STF, as investigações envolvendo emendas de deputados e senadores vão continuar e, detalhe, correrão sem sigilo. “A transparência, nesses casos, deve ser uma regra”, diz um ministro.