Bolsonaro inelegível causa “preocupação”, diz Nikolas Ferreira

Deputado afirma que o ex-presidente é o nome mais forte da direita para o Planalto em 2026 e que a chance de ele estar ausente da disputa traz “insegurança”  

Fev 5, 2025 - 18:49
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Bolsonaro inelegível causa “preocupação”, diz Nikolas Ferreira

O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), 28 anos, afirmou em entrevista ao Poder360 que o fato de o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estar inelegível “é uma preocupação”.

O deputado afirmou também que Bolsonaro é o melhor possível candidato da direita ao Planalto atualmente. Isso, na sua avaliação, faz com que a ausência do ex-chefe do Executivo na eleição de 2026 possa ser um problema. “A gente fica muitas vezes com insegurança”.

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Assista (1h23min9s):

O ex-presidente foi condenado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em 30 de junho de 2023 por abuso do poder econômico e uso indevido dos meios de comunicação. Tornou-se inelegível por 8 anos.

Nikolas afirmou que Bolsonaro tem maiores chances de vencer o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) caso ele seja candidato à reeleição. O deputado citou levantamento da Paraná Pesquisas divulgado em 13 de janeiro de 2025 em que Lula tem 34% das intenções de voto e Bolsonaro, 33,9%. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais.

Eu acho que ele [Bolsonaro] é o mais competitivo. Eu acredito que ele é o homem mais forte. E pode ter certeza de que, se for candidato, e eu acredito que será, eu serei um dos maiores cabos eleitorais dele. Não por conta da minha relevância, mas porque sei o que está em jogo no nosso país”, afirmou.

Existem outros nomes que não são do tamanho do Bolsonaro”, afirmou Nicolas. Ele citou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). “Acho que Tarcísio seria o candidato da oposição mais forte ao Lula”, afirmou.

Leia abaixo os outros assuntos abordados na entrevista:

Deportação de brasileiros dos EUA 

Afirmou ser preciso dar dignidade às pessoas deportadas e que cada país é soberano para decidir sobre o assunto. “Eu acredito que toda deportação tem que ter a sua dignidade, tem que ter o seu cuidado. Não é porque a pessoa está sendo deportada que ela pode ser tratada de qualquer forma. Agora, cada país tem a sua política de deportação”, disse.

Nikolas afirmou concordar com o uso de algemas só para criminosos, mas não para quem estava vivendo ilegalmente em outro país. “É uma medida desproporcional”, afirmou. Disse, porém, não ter tratado do assunto com autoridades norte-americanas enquanto esteve nos Estados Unidos em janeiro.

Eleições 2026

Nikolas afirmou que pretende se candidatar ao Senado caso o Congresso aprove uma lei para alterar a idade mínima para o cargo para 30 anos. Atualmente, é exigido que o senador tenha 35 anos.

Eu acredito que há um clamor das pessoas para um Senado mais atuante, principalmente no que diz respeito às violações que o STF (Supremo Tribunal Federal) tem feito, principalmente no âmbito do ministro Alexandre de Moraes. […] É preciso reforçar o time que está lá para fazer um contrapeso ao STF”, disse.

STF 

O deputado afirmou que o ministro do STF é atualmente quem desestabiliza a democracia brasileira. “Para mim seria um prazer muito grande poder dar um voto a favor do impeachment do ministro Alexandre de Moraes, até mesmo porque isso nunca aconteceu no Congresso”, declarou.

Disse não confiar em praticamente nada do que o STF decide. “Para mim, não existe mais conhecimento jurídico, existe relacionamento jurídico. O STF hoje não é mais uma corte jurídica. É uma corte política”, disse.

Anistia ao 8 de Janeiro

Disse que as pessoas que depredaram as sedes dos Três Poderes devem pagar por isso, mas que as penas impostas pela Justiça são desproporcionais. Afirmou haver pessoas inocentes dentre as que estão presas e que estão sendo julgadas. Disse esperar que o novo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), coloque o projeto de lei sobre o tema em votação.

“A gente tem que trabalhar em cima disso para poder mostrar para as pessoas que são vidas de pessoas comuns, não são criminosos, não são terroristas. Cometeram erros como todos cometeram e que merecem, sim, ter ou sua pena reduzida ou até mesmo ser anistiado, que é a nossa intenção”, disse.

Fundo eleitoral

Disse nunca ter usado recursos públicos em suas campanhas, mas que não condena quem utiliza. Defende fim do fundo e retomada das doações privadas.

Aliança com partidos de centro

Disse ser preciso trabalhar com a “matéria-prima escolhida pela sociedade”.

“Eu não sou contrário à composição com o centro, até mesmo porque não vou fazer propaganda de um puritanismo político que é impossível atingir”, disse.

O deputado, porém, afirmou que os políticos de centro estão sem credibilidade e sem confiança no Congresso por não apoiarem pautas caras à direita. Criticou os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil – AP) e da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), por terem apoiado o PL das fake news, que ele chamou de PL da censura.

Privatizações 

Afirmou ser a favor da venda de algumas estatais, como os Correios, mas que precisaria avaliar os casos da Petrobras e do Banco do Brasil. Disse ser preciso também avaliar para quem as estatais seriam vendidas para garantir a soberania do país.

Isenção do Imposto de Renda

Nikolas disse ser a favor da ampliação da isenção para quem recebe até R$ 5.000 e afirmou que o governo precisa enviar rapidamente o projeto sobre o tema ao Congresso.

Bolsa Família 

É a favor da manutenção do programa desde que as pessoas sejam incentivadas a conseguir emprego. Eu acredito que a ideia foi pervertida no seu verdadeiro propósito. A assistência é algo, digamos assim, paliativo, que você deve dar condições para aquela pessoa de conseguir, de fato, ter um trabalho”, disse.

Aborto

Disse ser contrário a qualquer possibilidade de aborto legal e a favor da PEC (proposta de emenda à Constituição) que proíbe a interrupção da gravidez em casos permitidos atualmente: estupro, risco à saúde da gestante e anencefalia. Afirmou haver narrativas em cima do assunto e é uma da esquerda. Eu não posso desumanizar uma pessoa por conta do tempo de vida dela, disse. Defendeu a adoção para os casos em que a mãe não quer ficar com o filho.

Pena de morte

O deputado afirmou ser contra. Disse que aprová-la seria conceder excesso de poder ao Estado sobre as pessoas.