Ansiedade entre adolescentes aumenta mais de 3.000% na última década
Entre as crianças, os atendimentos no SUS relacionados a transtornos de ansiedade cresceram 2.500%
O número de atendimentos relacionados a transtorno de ansiedade no Sistema Único de Saúde (SUS) aumentou 3.300% desde 2014 entre jovens de 15 a 19 anos. Dados do Ministério da Saúde apontam ainda que crianças entre 10 e 14 também sofreram com o transtorno na última década, com um aumento de 2.500% em atendimentos.
Segundo as informações, em 2014, apenas 1.534 atendimentos para jovens foram feitos no SUS, enquanto, em 2024, o número saltou para 53.514. Já entre crianças de 10 a 14 anos, houve 1.850 atendimentos em 2014, frente a 24,3 mil no ano passado.
De acordo com o psicólogo clínico Saulo Maciel, um dos principais fatores que podem explicar o aumento do transtorno ansioso em crianças e adolescentes é o sedentarismo. “As gerações recentes são significativamente mais sedentárias do que as anteriores. Há uma correlação muito bem consolidada na literatura entre nível de ansiedade física e sintomas relacionados à saúde mental. Então, no caso da ansiedade, isso é especialmente verdadeiro”, explica.
“O exercício físico regular funciona como um ansiolítico, funciona como um antidepressivo. De forma geral, a gente tem bem consolidado que o exercício é um fator protetor, ou seja, é algo que diminui a probabilidade da incidência de um transtorno mental acontecer”, argumenta.
Além disso, Maciel também aponta que o uso excessivo de celulares é um grande fator de ansiedade para jovens, devido aos estímulos constantes. “As crianças têm acesso simplificado e constante a algo que vai trazer conforto, elas não lidam com o mínimo de tédio, nem mesmo com microtédio. Eles não aprendem a lidar com estados desconfortáveis de existir, como ansiedade, tristeza, frustrações, que são emoções comuns”, diz.
“Essa é uma possível explicação para o aumento de transtornos ansiosos. Quanto mais tempo de tela, maior a probabilidade do aparecimento de sintomas de ansiedade”, comenta.
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Para Maciel, o papel dos pais ou responsáveis nesse momento é incentivar e promover atividades físicas para os filhos. “Promover atividades físicas é o mais aconselhável, mesmo que seja apenas brincar na rua. Claro que não é a realidade de muitos pais conseguir pagar uma natação ou futebol para crianças, mas incentivar de qualquer forma possível já é um avanço”, aponta.
*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro
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