“Património Cultural 360”: a digitalização de milhares de bens culturais já está em curso

O objetivo foi traçado pelo Património Cultural, em colaboração com os Museus e Monumentos de Portugal: digitalizar cerca de 59.500 bens culturais de museus, monumentos, palácios e sítios arqueológicos, num projeto financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), a concluir até ao final do ano.

O projeto intitula-se “Património Cultural 360” e envolve mais de 50 especialistas de várias áreas. Foi oficialmente apresentado esta quinta-feira, em Lisboa, e descrito pelo respetivo coordenador, Luís Sebastian, como revolucionário e “muito, muito ambicioso” nos prazos.

“Património Cultural 360” conta com um orçamento de 11,7 milhões de euros financiados pelo PRR e visa digitalizar 59.500 bens culturais móveis em 2D e 3D, assim como assegurar a realização de 12 documentários e criar 65 visitas virtuais de outros tantos museus, monumentos, palácios e sítios arqueológicos tutelados pelo Estado, cujos diretores selecionaram os bens culturais a digitalizar no âmbito do projeto, nomeadamente, os bens classificados como “tesouro nacional” e bens de várias escalas, tipologias e materiais.

O Museu Nacional de Arqueologia é um dos que tem o processo de digitalização mais adiantado, com 10.819 bens culturais já em arquivo 2D, representando uma fatia substancial do total dos 59.500 pretendidos para todo o universo do património português. Até ao momento, foram feitas mais de 20.000 digitalizações, envolvendo mais de 50 especialistas das áreas de informática, conservação e restauro, fotografia, modelação e design gráfico, das equipas de trabalhadores da Museus e Monumentos de Portugal EPE, Património Cultural IP e de investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia, da Universidade Nova de Lisboa.

O prazo de conclusão do “Património Cultural 360” foi afixado para 31 de dezembro deste ano, sendo que o público em geral terá acesso às digitalizações a partir de 2026. Está ainda por definir qual o modelo e as condições tecnológicas que cada um dos museus, monumentos, palácios e sítios arqueológicos terá para partilhar e divulgar esta informação visual dos bens culturais digitalizados.