Opinião: por que a Ford olha para a F1 e o endurance e deixa o WRC para trás?

Para quem é de opinião que a Ford devia apoiar mais o WRC, alegando que a M-Sport continua sem o mesmo tipo de suporte que têm a Toyota e a Hyundai, talvez fizesse bem em ponderar o porquê de nos últimos tempos termos visto a Ford a comprometer-se com a Fórmula 1 (motores) os Rally-Raids, […] The post Opinião: por que a Ford olha para a F1 e o endurance e deixa o WRC para trás? first appeared on AutoSport.

Fev 5, 2025 - 13:01
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Opinião: por que a Ford olha para a F1 e o endurance e deixa o WRC para trás?

Para quem é de opinião que a Ford devia apoiar mais o WRC, alegando que a M-Sport continua sem o mesmo tipo de suporte que têm a Toyota e a Hyundai, talvez fizesse bem em ponderar o porquê de nos últimos tempos termos visto a Ford a comprometer-se com a Fórmula 1 (motores) os Rally-Raids, mais recentemente o endurance (WEC), isto para não falar da NASCAR, SuperCars australianos, e outros…

Na verdade, feitas bem as contas, só mesmo a Toyota, a nível global está envolvida em mais competições.

Não é novidade para ninguém que o Mundial de Ralis se deixou atrasar muito, e apesar de ainda ser a segunda competição mais importante da FIA, pode perfeitamente a breve trecho perder esse lugar intermédio do pódio, logo a seguir à Fórmula 1 para o WRC, Mundial de Endurance, de quem recentemente ouvimos o presidente do Automóvel Clube de l’Ouest, Pierre Fillon a dizer que em 2027 a ‘sua’ competição, leia-se, as 24 Horas de Le Mans devem ter entre 20 a 25 Hypercars. Está a ver como seria o WRC com 20 a 25 Rally1? Talvez com as novas medidas se chegue a esse número, mas para já é ver para crer.

A FIA já confessou, através do seu presidente, Mohammed Bin Sulayem (até pediu desculpa) que se desleixaram com o WRC, mas que agora estão a trabalhar a fundo na competição.

Vamos esperar que as medidas sejam acertadas, não faz sentido estar aqui a fazer futurologia, ao dizer que são, ou não são, boas, pois mais uma vez, é ver para crer.

Uma das coisas que a FIA revelou recentemente é uma medida que apoiamos a 100%: o promotor do WRC não pode ter rédea livre, mas sim, mão firme da FIA, quanto ao que faz e não faz. Especialmente quanto ao que não fez.

Claro que os problemas do WRC não se teriam resolvido só com (melhor) ação do Promotor, mas ajudava muito.

Claro que a Rally.TV foi uma boa medida, mas é para consumo interno. Ou alguém acha que um produto pago é consumido pelo espetador ‘eventual’ do Mundial de Ralis? Conhecem algum subscritor da RallyTV que não seja um fã hardcore? Eu não.

Voltando à Ford, se o WRC estivesse a valer a pena, a Ford faria o mesmo que está a fazer com a F1, WEC e Dakar, investia. Malcolm Wilson e a M-Sport já provaram que, com os apoios certos a sua equipa é tão capaz quanto a Hyundai ou Toyota, basta ver o que sucedeu em 2017 e 2018, mas é verdade que para os adeptos do WRC é uma pena ver a Ford comprometer-se tanto com a F1, WEC e Dakar, e deixar o WRC a marcar passo.

Portanto, imaginamos que as regras de 2027 da FIA para o WRC são fulcrais para o futuro da modalidade, mas, mais uma vez, não temos a certeza que vão resultar. Ver a FIA a confirmar que os motores de combustão se manterão até 2028 é uma medida cautelar, para não se perder o foco no controlo de custos.

Facilitar a participação a novos ‘players’ é fundamental, esperar para ver como evolui a indústria automóvel em termos de motorizações é inteligente, bater forte da tecla da redução drástica de custos, imperativa, mas as dúvidas são muito mais do que as certezas.

Para concluir, já é muito bom que o WRC esteja a ser olhado com muita atenção por parte da FIA. Com tanta gente inteligente a olhar para as coisas, o mais provável é serem tomadas as melhores decisões.

Se forem, o WRC rapidamente se reergue, porque é uma disciplina tão espetacular e tão fortemente enraizada no coração dos adeptos, que eles próprios, mesmo a envelhecer, vão passando o testemunho.

Mas há uma coisa muito importante que é preciso ter em atenção. Claramente há muita coisa a suceder na ordem automóvel mundial, nos últimos dois anos ouvimos falar como nunca de marcas como a Tesla, BYD, Geely, a KIA e Hyundai cresceram imenso na última década, mas continuam a ser a Toyota, Volkswagen, Honda, Ford, Hyundai já se juntou há muito, a dominar e por isso precisam de cada vez mais olhar para as preferências da geração mais jovem de compradores, que aparenta ser muito menos ligada ao fenómeno automóvel, mas, como bem sabemos, vão continuar a precisar dele à medida que crescem.

Por isso, não são só as marcas a ter que saber posicionarem-se bem, mas também as competições serem inteligentes na forma como ganham quota. O mais importante de tudo para o WRC, atualmente, é que o problema está identificado e há muita gente inteligente a pensar no que fazer. Vamos ver no que dá…The post Opinião: por que a Ford olha para a F1 e o endurance e deixa o WRC para trás? first appeared on AutoSport.