Ministra da Saúde reconhece tempos de espera “muito acima” do recomendado, mas recusa que plano de inverno esteja a falhar

Ana Paula Martins assume que tempos de espera em algumas urgências "são muito superiores ao recomendado", do ponto de vista clínico e do ponto de vista humano.

Jan 14, 2025 - 14:26
 0
Ministra da Saúde reconhece tempos de espera “muito acima” do recomendado, mas recusa que plano de inverno esteja a falhar

A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, reconheceu esta terça-feira que o tempo de espera nas urgências de algumas unidades de saúde, sobretudo em Lisboa e Vale do Tejo “apresentam tempos de espera muito acima daquilo que é, não só recomendado do ponto de vista clínico, como também do ponto de vista humano”, mas rejeita que o plano de inverno no Serviço Nacional de Saúde (SNS) esteja a falhar.

“Não. Não posso reconhecer que o plano de inverno esteja a falhar”, disse Ana Paula Martins em declarações aos jornalistas à margem da reunião com associações de doentes na área da oncologia, no Infarmed, garantindo que todos os dias a Direção Executiva do SNS e as administrações dos hospitais que estão sob pressão “apresentam soluções” para solucionar problemas, gerindo, por exemplo, o número de camas para internamento.

A governante lembrou que o problema nas urgências “não é novo”, acontece todos os invernos e não é um problema exclusivo de Portugal. “Apesar de nos prepararmos muitíssimo, este é sempre um teste enorme de resistência e resiliência ao SNS. É aqui, está a ser em Inglaterra, em Espanha, em Itália e em França”, sublinhou.

Ana Paula Martins garantiu ainda que plano feito por todas as as USF apresenta níveis de contingência “muito claros” que “têm sido respeitados” e que as taxas de cobertura de vacinação contra a gripe este ano “foram muito positivas” e destacou a prescrição de análises e exames a partir dos lares, uma medida tomada pelo governo, e que deverá aliviar alguma pressão nos centros de saúde.

Na manhã de segunda-feira, o tempo médio de espera nas urgências de Portimão, no Algarve, era superior a 13 horas, num momento em que havia nove doentes com pulseira amarela à espera de ser atendidos. Ora, de acordo com as regras, os utentes considerados urgentes (pulseira amarela) devam ser atendidos em 60 minutos e os muito urgentes (com pulseira laranja) em 10 minutos. Em Lisboa, à mesma hora, o tempo médio de espera para doentes urgentes era superior a seis horas. No Santa Maria e no Garcia de Orta, em Almada, o tempo médio de espera era de uma hora e hora e meia, respetivamente.

What's Your Reaction?

like

dislike

love

funny

angry

sad

wow