‘Melhor que NTN-B!’. Tesouro RendA+ é o ‘play’ de juros mais falado do mercado
Lançado pelo Tesouro em 2023 como uma estratégia de complemento de aposentadoria, o RendA+ é o segredo mais bem guardado das carteiras de pessoa física de gente grande do mercado. Para quem tem viés de longo prazo, o título do Tesouro parece oferecer um ótimo ponto de entrada, já que remunera inflação mais uma taxa […] The post ‘Melhor que NTN-B!’. Tesouro RendA+ é o ‘play’ de juros mais falado do mercado appeared first on Brazil Journal.
Lançado pelo Tesouro em 2023 como uma estratégia de complemento de aposentadoria, o RendA+ é o segredo mais bem guardado das carteiras de pessoa física de gente grande do mercado.
Para quem tem viés de longo prazo, o título do Tesouro parece oferecer um ótimo ponto de entrada, já que remunera inflação mais uma taxa pré-fixada (atualmente em cerca de 7,30%).
Mas a grande oportunidade, segundo gestores ouvidos pelo Brazil Journal, é pegar em cheio, como em nenhum outro ativo, um possível fechamento da curva brasileira.
Duration é o nome do jogo.
O RendA+ tem os mesmos indexadores da família IPCA+. Só que, por ser voltado à aposentadoria, tem algumas especificidades que fazem toda a diferença nesse caso.
Os títulos têm prazos ainda mais longos que as NTN-Bs normais — atualmente o mais longo é o RendA+ 2065.
O papel vai acruando juros até 2065, a partir daí começa a pagar o principal e os juros ao investidor em parcelas mensais durante 20 anos.
Ou seja, 2065 não é a data de vencimento do título, e sim o ano a partir de quando o futuro aposentado começa a receber. O papel só vence de fato em 2084, após o pagamento da última parcela, e o capital não amortizado continua sendo corrigido até lá.
Essa janela de 60 anos faz com que o título tenha o maior duration do mercado – mais de 45 anos! – e seja extremamente sensível à dinâmica dos juros.
“Se a taxa real recuar e voltar para um patamar mais comportado, ao redor de 5%, um investimento de R$ 100 mil se transformaria em R$ 290 mil, mais o carrego,” disse ao Brazil Journal um gestor que comprou o papel para sua carteira pessoal.
Mas se o País piorar e a taxa abrir na mesma proporção (mais de 2 pontos percentuais), as perdas do investidor no RendA+ seriam superiores a 50% do capital investido na marcação a mercado.
“Mas a pessoa física não precisa stopar”, disse outro executivo entusiasta do papel. Com a taxa atual, um aporte de R$ 100 mil no ativo garantiria pagamentos mensais de R$ 13 mil reais (sem correção) entre 2065 e 2084. “E só pagaria impostos daqui a 40 anos.”
As taxas de custódia do RendA+ só são cobradas na venda ou nos recebimentos que excederem seis salários mínimos. Se o investidor mantiver o papel por até 10 anos, paga 0,50%; de 10 a 20 anos, 0,20%; e a partir de 20 anos, 0,10%.
A tributação é regressiva (como em outros títulos de renda fixa), com uma alíquota que vai de 22,5% a 15%.
Vale notar, por outro lado, que o RendA+ tem carência de 60 dias após a compra; e o investimento máximo em papéis do Tesouro é de R$ 2 milhões por mês.
Se o papel paga bem assim, o brasileiro deve estar enchendo os bolsos com o título, certo? Errado.
Houve R$ 270 milhões em aplicações no RendA+ em dezembro, e R$ 2 bilhões em todo o ano de 2024. O estoque total do papel é de R$ 3,7 bilhões, apenas 2,4% do que o brasileiro tem investido no Tesouro.
“É um produto que não tem divulgação nenhuma por bancos e corretoras, já que não rende taxas,” disse um outro gestor. “E o brasileiro não tem tradição de investir em papéis de longo prazo.”
Para ele, o play de curto prazo não é tão óbvio assim.
“Só vimos esse nível de estresse nas taxas durante o Governo Dilma, então parece atrativo. Mas não está claro que as taxas estão nas máximas. A crise é fiscal e, para solucioná-la, precisamos de mudança de postura ou de governo.”
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