Marca portuguesa Ernest W. Baker cruza realidade e ficção na Semana da Moda de Paris

Na sua sexta participação na Semana da Moda para Homem, que decorre entre hoje e domingo, os ‘designers’ e fundadores Inês Amorim e Reid Baker apresentam em exposição roupas, calçado e acessórios num estúdio próximo à Praça da República da capital francesa.

Jan 21, 2025 - 16:39
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Marca portuguesa Ernest W. Baker cruza realidade e ficção na Semana da Moda de Paris

A nova coleção outono/inverno da marca portuguesa Ernest W. Baker inspira-se num filme de John Carpenter para cruzar ficção e realidade, disseram hoje os criadores, a participar na Semana da Moda de Paris.

Na sua sexta participação na Semana da Moda para Homem, que decorre entre hoje e domingo, os ‘designers’ e fundadores Inês Amorim e Reid Baker apresentam em exposição roupas, calçado e acessórios num estúdio próximo à Praça da República da capital francesa.

“Esta coleção foi inspirada pelo filme ‘O Nevoeiro’ (1980), de John Carpenter, olhar para o que é ficção e realidade, jogar um bocado com isso e transformar em ‘looks’”, disse a ‘designer’ portuguesa Inês Amorim, em entrevista à Lusa.

Com cores neutras a predominar, mas também tons de vermelho, cor-de-rosa e dourado, a nova coleção da marca apresenta novas versões de criações como luvas, botas e a mala “presente”.

“Nós focamo-nos muito nos clássicos, mas gostamos de ter sempre um ‘twist’, jogar com os tecidos clássicos, como o ‘patchwork’, o ‘pinstripe’, e misturar uns diferentes”, descreveu a ‘designer’, acrescentando que gostam de pegar em padrões clássicos da alfaiataria e reinventar para “trazer para o contemporâneo”.

Para o cofundador norte-americano, Reid Baker, a estética do filme de horror dos anos 1980 permitiu o uso de lantejoulas para fazer o paralelo entre a ficção e a realidade nas peças produzidas em fábricas portuguesas em Viana do Castelo, por pessoas com quem têm uma grande proximidade.

“Tudo o que nós fazemos é feito em Portugal à mão, nós podemos criar tudo isto porque temos sede em Portugal e gostamos de trabalhar com as pessoas que trabalham à mão, fazer as peças em crochê e os detalhes”, afirmou Reid Baker, destacando a qualidade do trabalho.

Também os vídeos e fotografias são feitos em Portugal, com a nova coleção a ter sido registada no cinema Charlot, no Porto, encerrado desde 2001, com a preocupação também de eternizar espaços esquecidos.

Reid Baker referiu que, apesar de serem “uma marca independente”, sem apoios, conseguem ultrapassar os desafios que vão surgindo, principalmente após mudarem a sede para o Porto.

“Criar uma marca do nada tem sempre muitos desafios, mas aprendemos todas as estações como melhorar, como jogar com os problemas na produção, mas como todo o processo é controlado por nós, que estamos em Portugal, conseguimos superar muitos desafios que existem por ter uma marca pequena”, disse Inês Amorim.

Tendo como objetivo continuar a crescer, e caracterizando o ponto alto da marca como “uma junção de vários momentos”, os ‘designers’ estão a pensar organizar “um desfile na próxima coleção”, segundo Reid Baker.

Com várias lojas a vender peças da marca nos Estados Unidos da América, nomeadamente em Los Angeles e Nova Iorque, Reid Baker reconheceu alguma incerteza quanto aos próximos quatro anos, após o Presidente Donald Trump ter tomado posse na segunda-feira.

“Vamos ver o que se vai passar”, afirmou.

Com um estilo andrógino, a Ernest W. Baker já vestiu celebridades como Pharrell Williams, Harry Styles, Lady Gaga, Justin Bieber.

Desde 2020 que a Ernest W. Baker, cujo nome é uma homenagem ao avô de Reid Baker, um dos primeiros publicitários de Detroit, nos Estados Unidos, se apresenta em Paris, após ter ficado entre os 20 semifinalistas dos prémios LVMH em 2018.

O calendário oficial da Semana da Moda Masculina de Paris de 2025 inclui apresentações de marcas como Dior, Hermès, Jacquemus, Louis Vuitton e Kenzo, entre outras.

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