Inteligência Artificial Pode Colocar Millennials em Risco
Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo. Pesquisa com mais de 2 mil líderes analisa os impactos da inteligência artificial nos empregos das diferentes gerações O post Inteligência Artificial Pode Colocar Millennials em Risco apareceu primeiro em Forbes Brasil.
Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.
À medida que a inteligência artificial automatiza mais funções, especialistas preveem que a tecnologia substituirá diversas carreiras (e criará outras tantas oportunidades). Um relatório do Fórum Econômico Mundial divulgado neste mês prevê que 41% das organizações globais reduzirão suas forças de trabalho até 2030.
Susan Lindeque, CEO da empresa de gestão de investimentos Avestix Group, alerta que a IA pode transformar completamente o cenário de emprego, citando dados de que os maiores bancos do mundo podem cortar 200 mil profissionais nos próximos três a cinco anos.
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À medida que a tecnologia segue remodelando o ambiente e as rotinas de trabalho em diversos setores, um novo estudo sugere que as carreiras dos millennials estão entre as mais ameaçadas.
Por que a IA coloca os millennials em risco?
Uma pesquisa da Chadix, plataforma que usa IA para automatizar tarefas de SEO, ouviu mais de 2 mil líderes empresariais, empreendedores e profissionais e trouxe insights importantes sobre como a tecnologia está transformando funções e levantando preocupações sobre o futuro do trabalho. O estudo analisou quais tipos de empregos estão mais ameaçados e identificou a geração mais vulnerável ao impacto da automação no mercado de trabalho.
Os resultados destacam diferenças significativas entre as gerações em termos de vulnerabilidade à disrupção causada pela IA. Para 38% dos líderes entrevistados, os millennials são os mais propensos a sofrer demissões ou deslocamentos causados pela automação. “Essas descobertas não devem ser interpretadas como o fim das carreiras dos millennials”, afirma Danny Veiga, fundador e estrategista-chefe de IA na Chadix. “Elas destacam a urgência de requalificação e de mudanças estratégicas de carreira para esse grupo.”
No entanto, a pesquisa ressalta que todas as gerações – Geração Z (25%), Millennials (38%), Geração X (20%) e Baby Boomers (10%) – são impactadas de maneiras distintas, dependendo de seu momento de carreira e das funções que ocupam.
Como a IA afeta diferentes gerações
- Geração Z (12-27 anos): 25% dos líderes apontaram a Geração Z como a segunda mais vulnerável devido à sua concentração em cargos iniciais e repetitivos, como atendimento ao cliente e varejo, que são facilmente automatizáveis. A pouca experiência aumenta o risco de demissão ou deslocamento, embora suas habilidades nativas em tecnologia possam ajudar na adaptação.
- Millennials (28-43 anos): Cerca de 38% dos entrevistados acreditam que os millennials estão mais em risco porque ocupam cargos intermediários em indústrias que investem fortemente em IA, como marketing, finanças e funções administrativas. Tarefas como análise de dados e gestão de projetos estão sendo cada vez mais automatizadas, tornando esse grupo especialmente vulnerável.
- Geração X (44-59 anos): Para 20% dos líderes, a Geração X enfrenta risco moderado, especialmente em funções técnicas e operacionais. Embora muitos ocupem posições de liderança menos automatizáveis, alguns enfrentam dificuldades para se adaptar às rápidas mudanças tecnológicas e têm acesso limitado a oportunidades de requalificação.
- Baby Boomers (60-78 anos): Apenas 10% acreditam que os Baby Boomers serão significativamente afetados pela IA. Muitos estão próximos da aposentadoria ou em cargos sêniores difíceis de serem substituídos por máquinas. No entanto, a baixa adoção tecnológica pode ser um desafio para aqueles que ainda estão no mercado de trabalho.
- Impacto geral: Cerca de 7% dos líderes acreditam que o impacto da IA será distribuído igualmente entre todas as gerações, com a função ocupada, e não a faixa etária, sendo o principal fator de vulnerabilidade devido à automação.
Para o fundador da Chadix, esses resultados são um alerta para todas as profissões e gerações. Ele ressalta que, embora os riscos sejam reais, as oportunidades também existem para aqueles que buscam requalificação e tentam se adaptar a novos cenários no mercado. “A chave é enxergar a IA como uma ferramenta de aprimoramento, e não apenas como uma ameaça.”
Setores mais vulneráveis à IA
Os entrevistados também apontaram os campos mais ameaçados pela automação. Veja os setores em ordem decrescente de risco:
- Administrativo/Secretariado (57,1%): Tarefas rotineiras como entrada de dados e agendamentos são as mais suscetíveis à automação.
- Atendimento ao cliente (46,1%): Chatbots e assistentes virtuais estão rapidamente substituindo agentes humanos.
- Marketing/Criação (35,1%): Ferramentas baseadas em IA estão cada vez mais gerando conteúdos e segmentando anúncios.
- Técnico/Engenharia (29,4%): Atividades básicas como codificação, testes e suporte de TI estão sendo automatizadas, embora especialistas avançados continuem em alta demanda.
- Gestão (15,4%): Embora decisões estratégicas sejam difíceis de automatizar, a IA está influenciando os fluxos de trabalho.
- Outros (4,4%): Funções como coordenação logística, recrutamento e revisão de contratos jurídicos também estão em risco.
Como proteger a sua carreira
Profissionais podem proteger suas carreiras dos avanços da IA buscando adaptação e focando em habilidades exclusivamente humanas – apesar de as hard skills também ajudarem a se destacar no mercado. “A chave é abraçar o que nos torna exclusivamente humanos: criatividade, adaptabilidade e liderança, e usar a IA como uma ferramenta para potencializar essas forças”, diz Danny Veiga.
O executivo oferece sete dicas para manter a competitividade no mercado de trabalho na era da IA:
- 1. Domine a colaboração entre humanos e IA: Aprenda a usar ferramentas de IA para automatizar tarefas repetitivas e concentre-se em atividades que agreguem valor.
- 2. Foque em criatividade e inovação: Desenvolva habilidades como solução de problemas e pensamento fora da caixa, que são mais difíceis de serem replicadas por IA.
- 3. Amplie sua expertise: Combine conhecimentos técnicos com habilidades estratégicas e interpessoais para se tornar mais valioso no mercado.
- 4. Invista em aprendizado contínuo: Mantenha-se atualizado com novas tecnologias, como análise de dados e gestão de IA.
- 5. Desenvolva inteligência emocional: Fortaleça habilidades como empatia, comunicação e liderança, características que a IA não consegue replicar.
- 6. Adote uma mentalidade empreendedora: Identifique novas oportunidades e resolva problemas de maneira inovadora.
- 7. Lidere a integração da IA: Posicione-se como um elo entre as capacidades da IA e os objetivos estratégicos das organizações.
*Bryan Robinson é colaborador da Forbes USA. Ele é autor de 40 livros de não-ficção traduzidos para 15 idiomas. Também é professor emérito da Universidade da Carolina do Norte, onde conduziu os primeiros estudos sobre filhos de workaholics e os efeitos do trabalho no casamento.
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