Grupo Bankinter com lucros de 953 milhões. Portugal contribuiu com 195 milhões
Quanto a Portugal, a carteira de crédito conclui o ano nos 10 mil milhões de euros, mais 8% do que há um ano. O total dos recursos de clientes alcança um valor semelhante, com um crescimento de 14%.
O Grupo Bankinter conclui 2024 com um resultado líquido recorde de 953 milhões de euros, mais 13% do que em 2023, devido a uma maior atividade comercial e diversificação do negócio.
O Bankinter regista uma melhoria da rentabilidade sobre os capitais próprios, ROE, para 17,9% (que compara com 17,1%), com um ROTE que conclui 2024 em 19%, um valor superior em 84 pontos-base ao do ano anterior e continua a liderar na eficiência, com um rácio que melhora para 36,3%.
O resultado antes de impostos do Bankinter Portugal em 2024 foi de 195 milhões de euros, mais 18% do que no ano anterior.
No consolidado o banco espanhol liderado por Glória Ortiz regista crescimentos em todas as rubricas da conta de resultados. A margem bruta, que engloba a totalidade das receitas, cresce 9,1%, com um contributo crescente das operações de Portugal e da Irlanda.
O banco compensou a evolução negativa das taxas de juro registada ao longo do ano com um crescimento dos volumes de negócio, tanto em carteira de crédito como em recursos de clientes, especialmente os geridos fora de balanço, que concluem um ano histórico.
A carteira de crédito cresce 4%, os recursos de clientes crescem 13% e, entre estes, os recursos fora de balanço (fundos de investimento, pensões e gestão patrimonial/SICAVs) crescem 22%.
“Este crescimento rentável da atividade recorrente, aliado ao perfil de risco que se mantém em valores muito positivos e aos rácios de eficiência e rentabilidade que continuam a liderar o setor, constituem as principais variáveis de um ano muito bem-sucedido”, explica o banco.
“Desta forma, o Grupo Bankinter alcança em 2024 um resultado antes de impostos de 1.360 milhões de euros, mais 10,7% do que no ano anterior. Quanto ao resultado líquido, situa-se nos 953 milhões de euros, o que representa uma subida de 12,8% em relação a 2023”, reforça a instituição.
Todas as rubricas da conta de resultados registam melhorias de valores face ao ano anterior, “o que comprova que, por um lado o banco soube realizar uma boa gestão dos spreads em contexto de flutuação das taxas de juro e, por outro, dinamizar a atividade comercial em todas as geografias nas quais o Bankinter opera, para gerar maiores receitas”.
A margem de juros conclui 2024 nos 2.278 milhões de euros, mais 2,9% em relação ao exercício anterior, resistindo bem ao impacto da descida das taxas de juro.
As comissões recebidas pelo banco ascendem a 917 milhões de euros, mais 12,3% do que em 2023.
Entre estas comissões, destacam-se as provenientes do negócio de gestão de ativos, 335 milhões de euros, mais 21%; seguidas das comissões do negócio transacional de cobranças e pagamentos, 195 milhões de euros, que crescem 7%; e as do negócio e serviço de Valores, que englobam brokerage, administração e custódia, que crescem até aos 135 milhões de euros, o que representa mais 12%.
“Subtraindo ao valor das comissões recebidas as que o banco paga aos seus parceiros de negócio da Red de Agentes e da Banca Partner, teríamos os dados das comissões líquidas recebidas pelo banco, que em 2024 ascenderam a 717 milhões de euros, mais 14,9% do que em 2023”, refere o Bankinter.
Quanto à margem de exploração, cresce 10,8% até aos 1.848 milhões de euros, absorvendo custos operativos que crescem 6% por maiores investimentos em novos projetos e sistemas digitais, para melhorar a produtividade.
Não obstante, um crescimento superior das receitas leva a melhorias na eficiência do Grupo, que volta a reduzir-se, alcançando um rácio de 36,3%, numa posição de liderança do setor.
No valor que toca ao balanço, em 2024 os ativos totais do Grupo Bankinter alcançam o valor de 121.972 milhões de euros, mais 7,9% do que há um ano.
A carteira de crédito a clientes conclui o ano nos 80.097 milhões de euros, o que representa um crescimento de 4,2% face ao exercício anterior.
“O negócio hipotecário registou alguma dinâmica no segundo semestre, em linha com o melhor comportamento do mercado de compra e venda de casas, o que permitiu igualar a nova produção hipotecária à do ano anterior, 5.800 milhões de euros, dos quais cerca de 70% foram contratados em regime de taxa fixa ou taxa mista”, refere o banco.
Estes valores representam para o Bankinter uma quota de mercado em novas operações de 6,6% em Espanha, 6% em Portugal e de 7,1% na Irlanda, segundo os últimos dados publicados pelos respetivos bancos centrais destes países.
Os recursos totais de clientes registam um crescimento de 13,1%. Entre estes recursos, os dos clientes de retalho alcançam os 83.023 milhões de euros, mais 1,8%.
Os recursos geridos fora de balanço (fundos de investimento próprios, de terceiros comercializados pelo banco, fundos de pensões, gestão patrimonial, SICAVs e investimento alternativo) concluem um dos seus melhores anos, 57.686 milhões de euros, o que representa uma subida de 22,2%, mais 10.485 milhões de euros do que há um ano.
Rácios
O rácio de capital CET1 fully loaded melhora igualmente neste período até aos 12,41%, 440 pontos-base acima do mínimo exigido pelo BCE ao Bankinter para 2025, que é de 8,01%, o valor mais baixo da banca cotada em Espanha.
O rácio de morosidade mantém-se nos 2,11% com uma cobertura que sobe para 68,8% devido a questões prudenciais. O rácio de mora do Bankinter em Espanha é de 2,4% face à média de 3,4% registada pelo setor, de acordo com dados até novembro do Banco de Espanha.
Relativamente à liquidez, o rácio de depósitos sobre créditos situa-se num valor muito positivo de 105,6%.
Atividade internacional (incluindo Portugal)
O banco destaca o crescimento dos volumes de negócio com clientes, que em 2024 alcançaram o valor de 223 mil milhões de euros, entre carteira de crédito, recursos típicos e ativos sob gestão, representando uma subida de 9% face a 2023.
“Esta dinâmica para a diversificação significa que as receitas provenientes de outros países, que não Espanha, assumem cada vez maior protagonismo”, afirma o banco. Assim, continua, “as receitas geradas pelo Bankinter Portugal e Irlanda representam já 15% da margem bruta do Grupo Bankinter”.
Em Espanha, o EVO alcançou um resultado antes de impostos de 1.219 milhões de euros em 2024, mais 10% do que no ano anterior.
Quanto a Portugal, a carteira de crédito conclui o ano nos 10 mil milhões de euros, mais 8% do que há um ano. O total dos recursos de clientes alcança um valor semelhante, com um crescimento de 14%. Os recursos geridos fora de balanço mais intermediação crescem 10% para os nove mil milhões de euros.
Em relação à Irlanda, o resultado antes de impostos desta sucursal foi de 41 milhões de euros, 23% superior ao valor de há um ano.
Por sua vez, a Banca de Empresas do Bankinter não deixou de aumentar o saldo da sua carteira de crédito nos últimos anos e de financiar as empresas nos seus projetos de desenvolvimento.
Por países, o crescimento da carteira de crédito em Espanha foi de 7%, face a um setor que se manteve estável; e de 9% em Portugal, com um setor a crescer 3%, em ambos os casos comparando com os últimos dados publicados em novembro pelo Banco de Espanha e pelo Banco de Portugal, respetivamente.
No âmbito desta carteira, o saldo do crédito no negócio de Banca Internacional é de 10.200 milhões de euros, o que representa um crescimento anual de 14%, denotando o dinamismo do banco nesta atividade de financiamento e apoio às empresas nos seus projetos exteriores.
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