Dólar cai forte e vai R$ 5,94: qual o papel de Donald Trump nesta queda?
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O dólar fechou a quarta-feira em queda firme ante o dólar, abaixo dos 6,00 pela primeira vez desde dezembro do ano passado, com o mercado eliminando prêmios de risco das cotações e acionando ordens de stop loss (parada de perdas), em meio à percepção de que o novo governo dos EUA será moderado na adoção de tarifas sobre produtos estrangeiros.
Para analistas, a ausência de movimentações inicias de Trump nessa direção, para o Brasil, é positiva.
Na mínima do dia, a moeda chegou a R$ 5,915.
Confira a cotação do dólar em tempo real: Conversor de Moeda
Qual é a cotação do dólar hoje?
O dólar à vista fechou em queda de 1,41%, aos 5,9463 reais — a menor cotação desde 27 de novembro de 2024, quando encerrou em 5,9141 reais. Desde 11 de dezembro a moeda não terminava o dia abaixo dos 6,00.
Em janeiro, o dólar acumula baixa de 3,77%.
Às 17h06 na B3 o dólar para fevereiro — atualmente o mais líquido — cedia 1,37%, aos 5,9540 reais.
Dólar comercial
- Compra: R$ 5,946
- Venda: R$ 5,946
Dólar turismo
- Compra: R$ 6,06
- Venda: R$ 6,24
Efeito Trump às avessas
Por mais uma sessão, os investidores continuam concentrados em notícias vindas da maior economia do mundo, onde Trump inicia seu novo governo com a assinatura de uma série de decretos e o anúncio de planos para as próximas semanas.
Os mercados têm voltado suas atenções para qualquer indício sobre como será a abordagem do governo Trump para a política comercial do país, uma vez que a promessa de imposição de tarifas de importação esteve no centro da campanha presidencial do republicano.
Apesar de renovar suas ameaças tarifárias nos primeiros dias do cargo, Trump apenas orientou até agora as agências federais a investigarem os déficits comerciais dos EUA e as práticas comerciais injustas de parceiros.
O analista da Nova Futura Investimentos Alan Martins atribui a extensão da queda do dólar ante o real, pelo terceiro dia seguido, à abordagem mais lenta e moderada do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, adotando medidas isoladas e gradativas, reduzido o impacto temido pelo mercado.
“Trump está seguindo padrões de seu primeiro mandato. Isso favorece investidores institucionais e estrangeiros, que aumentam suas posições vendidas em dólar”, observa Martins.
Alison Correia, analista de investimentos e sócio-fundador da Dom Investimentos, afirma que o contexto positivo dos EUA ajuda para a queda.
“Eu enxergo isso como algo pontual de correção. A curva de juros estava bem pressionada, principalmente com a expectativa do que queria acontecer após a posse do Trump e como não houve nenhuma novidade anunciada, o cenário acaba trabalhando de certa forma positiva”, afirma.
O analista também destaca que não é só o real que se valoriza. Moedas como o peso mexicano, peso colombiano, moeda chilena e outras principais dividas também caem com a movimentação. O mesmo pode ser dito sobre taxas de juros.
“O mercado hoje está interpretando de forma positiva as declarações de Donald Trump, que prometeu taxar operações comerciais entre EUA e outros países. No caso do Brasil, a percepção é de que, neste momento, as operações comerciais não estão no radar do governo americano”, afirma Douglas Ferreira, diretor da mesa de câmbio da Planner Investimentos.
E o governo?
Para Alison, para a moeda permanecer abaixo dos R$ 6,00, alguns fatores domésticos também devem ser observados. O primeiro deles seria o Congresso apontar uma sinalização positiva, “igual o Haddad fez ao apresentar ontem 25 prioridades para a agenda econômica até 2026”, pontua. O analista considera ser um sinal de preocupação a ausência de Haddad no Fórum Econômico de Davos.
“O governo deu um tiro no pé em relação à sua comunicação, a sua falta de clareza em relação às políticas fiscais, que acabou também trazendo muitas incertezas, inflação, e muito processo de aumento de taxa de juros e dólar nas alturas”, afirma.
A sinalização seria, para o sócio-fundador da Dom Investimentos, que o governo buscaria mitigar erros, em especial a partir das últimas informações apresentadas. “Na lista divulgada por ele tem coisas como fortalecer o arcabouço fiscal, expansão do PIB, falou da reforma tributária, limitação de super salários, o que é bem importante, reforma da previdência dos militares”, destaca.
(Com Estadão e Reuters)
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