Costa deixa recado a Trump: Tarifas contra a UE “não são bom caminho”
O Presidente do Conselho Europeu garantiu que a União Europeia (UE) está disponível para dialogar com os Estados Unidos e “encontrar bases de cooperação económica” entre os dois blocos de forma a evitar um escalar de uma guerra comercial, nos próximos meses. “Vamos ver como é que é possível procurar encontrar bases de cooperação económica […]
O Presidente do Conselho Europeu garantiu que a União Europeia (UE) está disponível para dialogar com os Estados Unidos e “encontrar bases de cooperação económica” entre os dois blocos de forma a evitar um escalar de uma guerra comercial, nos próximos meses.
“Vamos ver como é que é possível procurar encontrar bases de cooperação económica que ultrapassem esse défice“, respondeu António Costa numa entrevista à RTP, esta quarta-feira, aludindo às declarações de Donald Trump que disse existir um défice comercial entre os Estados Unidos e a União Europeia de 350 mil milhões de dólares. A Comissão Europeia corrigiu esses valores, salientando haver entre os dois blocos um excedente no comércio de bens e serviços.
Quanto a uma possível imposição de tarifas aduaneiras contra as exportações europeias, António Costa considera que estas são “uma questão de negociar”. No entanto, frisa que a solução proposta por Trump, e já concretizada contra o Canadá, México e China, “não são um bom caminho”.
“As tarifas são uma questão de negociar. Para a prosperidade da União Europeia e dos Estados Unidos, as tarifas não são um bom caminho“, disse, frisando que as políticas por esta via “não fomentam a exportação” e, em sentido contrário, “limitam a liberdade de escolha do consumidor americano” aumentando os preços.
“Temos de encontrar um ponto de acordo. Da parte da União Europeia há total franqueza e abertura“, garantiu o presidente dos 27 Estados-membros dois dias depois de Donald Trump ter tomado posse como 47º presidente dos Estados Unidos.
Relativamente à NATO e aos orçamentos de despesa dos aliados, António Costa rejeitou a ameaça do presidente norte-americano de se retirar da organização, garantindo que os países europeus pertencentes à NATO já cumprem com a meta de 2% e estão preparados para ir mais longe.
“Os Estados Unidos dizem que a Europa tem de investir mais na defesa, mas desde de que Trump saiu, até hoje, houve uma enorme evolução”, garantiu o presidente do Conselho Europeu. “Os 23 Estados-membros da União Europeia, que também são aliados da NATO, no seu conjunto, já cumprem os 2%. Creio que estão preparados para que na próxima cimeira seja definida uma meta mais ambiciosa para aumentar investimentos“, acrescentou. Certo é que o tema estará em cima da mesa na próxima reunião informal do Conselho Europeu.
Tal como o ECO avançou, esta reunião está a agendada para o próximo dia 3 de fevereiro e será discutida a necessidade de os 27 aumentarem o seu orçamento com a defesa. Embora ainda não tenha sido definido um novo valor mínimo, os responsáveis da NATO e vários líderes europeus têm defendido a necessidade de esse valor subir para os 3% do PIB. Já Donald Trump quer que a percentagem seja de 5%.
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