Corregedoria da PM conclui inquérito, e 4 policiais viram réus em investigação sobre milícia que extorquia ambulantes no Brás
Nove pessoas foram presas, entre elas cinco policiais militares, durante operação no dia 16 de dezembro de 2024. Durante a ação, agentes encontraram R$ 145 mil na casa de um dos investigados. Polícia faz operação contra extorsão de ambulantes no Centro de SP TV Globo A Corregedoria da Polícia Militar concluiu a investigação sobre os policiais suspeitos de montar uma milícia para extorquir dinheiro de comerciantes do Brás, Centro de São Paulo. Dos cinco PMs que foram presos durante uma operação conjunta no dia 16 de dezembro de 2024 (veja mais abaixo), quatro se tornaram réus na ação penal no Tribunal de Justiça Militar. Um quinto policial que foi preso na operação não foi denunciado e não se tornou réu. No Tribunal de Justiça Militar, os quatro policiais são acusados pelos crimes de roubo, extorsão e milícia. Eles também respondem a processo na Justiça comum. As investigações que levaram à operação das Corregedorias da PM e Polícia Civil e Ministério Público começaram em março de 2024 depois que quatro vítimas denunciaram as extorsões. Segundo a investigação, a milícia extorquia dinheiro de comerciantes autônomos há mais de um ano. As principais vítimas eram imigrantes que eram obrigados a pagar de R$ 200 a R$ 300 por semana, além de um valor anual chamado de “luva”, que chegava a R$ 15 mil. "Não era um valor fixo. Ele variava dependendo da rua, dependendo da barraca que o comerciante queria montar. Uma ação muito triste. Nós vimos a exploração de pessoas muito humildes, que faziam a prática de extorsão, violência, diversos tipos de abuso envolvendo policiais militares", afirmou o coronel da PM Fabio Sérgio do Amaral, corregedor da Polícia Militar, em dezembro de 2024. Agentes da SSP e do Gaeco fizeram operação contra policiais corruptos que atuam no Brás, Centro de SP Montagem/g1/Divulgação Os investigadores também apuraram que quem não conseguia juntar o dinheiro era obrigado a pegar emprestado com um agiota, que fazia parte do esquema e cobrava juros de 20% ao ano. Se o pagamento atrasasse, eram os policiais militares que cobravam e de forma violenta. "Uma vítima, de nacionalidade equatoriana, obteve dinheiro emprestado com um desses agiotas. Atrasou o pagamento, teve a sua casa invadida, foi agredido, espancado e teve a quantia de R$ 4 mil que ele tinha dentro de sua casa subtraída por um desses policiais", relatou o coronel Fábio Sérgio, na época. Quem se recusasse a pagar, também era removido à força do ponto de venda. De acordo com a Corregedoria da PM, um dos policiais usava a motocicleta, a farda e a arma da PM para intimidar as vítimas. Cinco policiais militares foram presos em operação contra extorsão de ambulantes no Centro de SP; promotores falam em 'milícia' TV Globo Outras denúncias Comerciantes do Brás já foram alvos de outros esquemas de extorsão. Em 2021, a TV Globo mostrou que criminosos anunciavam a venda de espaços públicos na região pelas redes sociais. Os lotes eram demarcados no asfalto e o metro quadrado vendido por valores que superavam o de apartamentos em bairros nobres da cidade. Os relatos vêm pelo menos desde 1999, quando o então presidente do sindicato dos camelôs independentes, Afonso José da Silva denunciou uma quadrilha que ficou conhecida como a máfia dos fiscais. Policiais militares também foram presos na época. E um ano depois, Afonso José foi assassinado dentro da sede do sindicato.
Nove pessoas foram presas, entre elas cinco policiais militares, durante operação no dia 16 de dezembro de 2024. Durante a ação, agentes encontraram R$ 145 mil na casa de um dos investigados. Polícia faz operação contra extorsão de ambulantes no Centro de SP TV Globo A Corregedoria da Polícia Militar concluiu a investigação sobre os policiais suspeitos de montar uma milícia para extorquir dinheiro de comerciantes do Brás, Centro de São Paulo. Dos cinco PMs que foram presos durante uma operação conjunta no dia 16 de dezembro de 2024 (veja mais abaixo), quatro se tornaram réus na ação penal no Tribunal de Justiça Militar. Um quinto policial que foi preso na operação não foi denunciado e não se tornou réu. No Tribunal de Justiça Militar, os quatro policiais são acusados pelos crimes de roubo, extorsão e milícia. Eles também respondem a processo na Justiça comum. As investigações que levaram à operação das Corregedorias da PM e Polícia Civil e Ministério Público começaram em março de 2024 depois que quatro vítimas denunciaram as extorsões. Segundo a investigação, a milícia extorquia dinheiro de comerciantes autônomos há mais de um ano. As principais vítimas eram imigrantes que eram obrigados a pagar de R$ 200 a R$ 300 por semana, além de um valor anual chamado de “luva”, que chegava a R$ 15 mil. "Não era um valor fixo. Ele variava dependendo da rua, dependendo da barraca que o comerciante queria montar. Uma ação muito triste. Nós vimos a exploração de pessoas muito humildes, que faziam a prática de extorsão, violência, diversos tipos de abuso envolvendo policiais militares", afirmou o coronel da PM Fabio Sérgio do Amaral, corregedor da Polícia Militar, em dezembro de 2024. Agentes da SSP e do Gaeco fizeram operação contra policiais corruptos que atuam no Brás, Centro de SP Montagem/g1/Divulgação Os investigadores também apuraram que quem não conseguia juntar o dinheiro era obrigado a pegar emprestado com um agiota, que fazia parte do esquema e cobrava juros de 20% ao ano. Se o pagamento atrasasse, eram os policiais militares que cobravam e de forma violenta. "Uma vítima, de nacionalidade equatoriana, obteve dinheiro emprestado com um desses agiotas. Atrasou o pagamento, teve a sua casa invadida, foi agredido, espancado e teve a quantia de R$ 4 mil que ele tinha dentro de sua casa subtraída por um desses policiais", relatou o coronel Fábio Sérgio, na época. Quem se recusasse a pagar, também era removido à força do ponto de venda. De acordo com a Corregedoria da PM, um dos policiais usava a motocicleta, a farda e a arma da PM para intimidar as vítimas. Cinco policiais militares foram presos em operação contra extorsão de ambulantes no Centro de SP; promotores falam em 'milícia' TV Globo Outras denúncias Comerciantes do Brás já foram alvos de outros esquemas de extorsão. Em 2021, a TV Globo mostrou que criminosos anunciavam a venda de espaços públicos na região pelas redes sociais. Os lotes eram demarcados no asfalto e o metro quadrado vendido por valores que superavam o de apartamentos em bairros nobres da cidade. Os relatos vêm pelo menos desde 1999, quando o então presidente do sindicato dos camelôs independentes, Afonso José da Silva denunciou uma quadrilha que ficou conhecida como a máfia dos fiscais. Policiais militares também foram presos na época. E um ano depois, Afonso José foi assassinado dentro da sede do sindicato.
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