Como Ter Mais Dinheiro em 2025

Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo. Não há milagre. É preciso estabelecer metas e controlar o orçamento para conseguir fazer os recursos sobrarem O post Como Ter Mais Dinheiro em 2025 apareceu primeiro em Forbes Brasil.

Jan 23, 2025 - 23:23
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Como Ter Mais Dinheiro em 2025

Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

 

 

Uma pesquisa feita em 2024 pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas, revelou que em geral os consumidores brasileiros gastam mais do que ganham e têm pouco ou nenhum controle sobre suas finanças pessoais.

Temos ainda os dados da 7ª edição do Raio X do Investidor Brasileiro, estudo realizado pela Associação Brasileira das Entidades de Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima), também em 2024, que corroboram esse cenário. De acordo com o estudo, apenas dois em cada dez brasileiros têm gastos inferiores à sua renda.

Inúmeros aspectos socioeconômicos e culturais compõem as razões para tal cenário, mas, existem também aspectos comportamentais relevantes a se considerar.

As armadilhas do cérebro te levam a gastar mais

Quantas vezes você entrou no supermercado só para comprar pão, e voltou pra casa com um monte de itens que nem precisava? E aquela compra parcelada, que quando a fatura chega, você bate o olho no valor, não consegue identificar de que loja é, e nem consegue lembrar que compra foi aquela?

São muitas as situações de consumo por impulso que poderiam ser evitadas, contudo, o nosso cérebro é um traidor profissional quando se trata de dinheiro.

A questão é que consumo gera prazer imediato, e nosso cérebro está condicionado a esse tipo de estímulo, porque relacionar consumo com realização vai criando uma dependência de coisas que na maioria das vezes nem são relevantes.

Ou você vai me dizer que ainda se lembra da roupa que usou no Natal de 2017? Pouco provável. No entanto, no momento da compra que talvez tenha até estourado o limite do seu cartão, adquirir aquela roupa te deixou super feliz.

Você gasta, mas a culpa é da biologia

Nosso organismo produz vários neurotransmissores responsáveis pela comunicação entre os neurônios e células de nosso corpo, ou seja, são substâncias químicas fundamentais para o pleno funcionamento de inúmeras funções corporais.

Um desses neurotransmissores é a dopamina, substância responsável por regular funções como o controle de movimentos, o humor, memória, foco, motivação e sensação de prazer.

Quando você pensa racionalmente nos benefícios de economizar dinheiro, outras áreas do cérebro são ativadas, mas isso não dá prazer imediato, porque o ganho previsto com um investimento lá no futuro não é algo tangível para o cérebro.

A necessidade de prazer e compensação imediatos faz com que muitas vezes a gente faça escolhas que nem sempre são as melhores para nossa vida. Afinal, o cérebro não quer dopamina em 2035, ele quer hoje, e o que estimula a produção abundante de dopamina são as sensações vindas de prazeres imediatos.

É nesse contexto que entra o processo inconsciente de sabotagem, e você começa a encontrar justificativas como: “eu mereço”, “só se vive uma vez” e tantas outras.

Como controlar o impulso por consumo

O controle dos impulsos requer auto-observação e disciplina. No geral é algo simples, mas não fácil, até porque as tentações são muitas. Somos estimulados o tempo todo, e das mais variadas formas, para consumir e buscar aparentar uma vida perfeita. Nos alimentamos da sensação de prazer que isso desperta

Para começar a romper esse ciclo, é importante entender que, apesar dos inúmeros motivos que levam a maioria das pessoas a não conseguir economizar, há dois deles que são estruturais: não traçar metas claras, ou criar metas muito distantes da sua realidade.

Quando você não se coloca metas, não tem um porquê, e como não há algo maior te motivando, qualquer estímulo de consumo te seduz, pois você não está focado.

Por outro lado, ao colocar metas muito altas a tendência é que você se desmotive rapidamente, porque o caminho até essas metas parece muito longo, cansativo e quase inalcançável.

Então, além de estabelecer metas que te ajudem a não se desviar da rota, é importante que você fragmente essas metas para que elas fiquem mais tangíveis e, dessa forma, a jornada seja prazerosa.

Engane seu cérebro para aprender a economizar

Suponhamos, por exemplo, que você deseje economizar quinze mil reais para fazer uma viagem daqui a dois anos. Esses 15 mil divididos por 24 meses, são 625 reais por mês, que dividido por 30 dias, são 20 reais por dia.

Nesse momento você percebe que economizar esses 20 reais fica fácil se, em vez de comer fora todos os dias, você levar marmita para o trabalho. Ou seja, você tornou sua meta palpável, possibilitando que seu cérebro experimente o prazer imediato de uma vitória, de um pequeno objetivo alcançado.

Esse tipo de estímulo enviado repetidas vezes, vai criando novas conexões neurais e condicionamentos que ajudarão você a mudar a biologia em seu corpo. Isto é, você “ensina” seu cérebro a produzir dopamina a partir de novos padrões de estímulo.

É claro que aqui estou fazendo uma simplificação didática. A neurociência explica isso de forma muito mais abrangente e respaldada por inúmeras pesquisas clínicas.

Meu objetivo é que você perceba que estímulos sensoriais de diversos tipos nos impactam biologicamente e induzem comportamentos. Então, autoconhecimento é essencial para que você retome integralmente o controle de sua vida financeira.

Desmembrar metas grandes em micrometas como esta que eu te mostrei, é um primeiro passo que vai mudar gradativamente o seu jogo. Assim como a gente se vicia nessa dopamina que o prazer da compra nos dá, é possível redirecionar esse estímulo.

Foco para fazer escolhas inteligentes

A maioria das pessoas normalmente não está disposta a fazer pequenos sacrifícios, como por exemplo: usar parte do domingo para fazer as marmitas da semana; deixar de comer fora todos os dias, ficar com o mesmo celular por mais tempo em vez de trocar a cada lançamento, abrir mão do rolê da moda e optar por um passeio mais barato.

Quando você vai até o shopping, mesmo sabendo que não poderia gastar, e troca o seu futuro confortável por mais uma blusinha que vai durar um verão, a euforia imediata do consumo não te deixa pensar que essa suposta felicidade vai acabar bem antes da chegada da fatura do cartão.

Para mudar isso, você precisa primeiro reconhecer que está presa nesse círculo vicioso de ansiedade-compra. Depois, precisa se observar nessas situações de consumo impulsivo e entender quais são os gatilhos que te fazem querer tanto alguma coisa, a ponto de abrir mão de seu projetos de vida em nome de recompensas e prazeres momentâneos.

Dicas para consumir com mais consciência

  1. Pause seu impulso: se você está prestes a comprar algo que não foi planejado, dê uma pausa antes de concluir a compra. Se for numa loja física, pare e vá dar uma volta, tomar um sorvete, ou fazer qualquer outra coisa de forma a ter tempo para avaliar se aquela compra faz sentido. No caso de compras online, deixe a compra no carrinho por pelo menos 24 horas.
  2. Revise suas metas: sempre que sentir vontade de comprar algo desnecessário, volte às suas metas de vida e veja quanto falta para alcançá-las. Depois tente responder porque a compra que você está prestes a fazer é tão importante, a ponto de valer a pena adiar ainda mais as suas metas, em troca daquele gasto imediato.
  3. Calcule o valor do seu tempo: antes de fazer uma compra, calcule quantas horas de trabalho aquela compra representa e analise se a compra realmente vale a pena em relação ao número de horas de trabalho necessárias para pagá-la.

São medidas muito simples que se praticadas repetidas vezes vão nos fazendo perceber que raríssimas compras são necessárias para a felicidade.

Organização financeira é sua maior aliada

Você sabe que para multiplicar patrimônio precisa fazer sobrar dinheiro todos os meses para investir, e dinheiro não surge “do nada”. É necessário ter um bom controle de receitas e despesas.

Pense em si como se fosse uma empresa e crie seu orçamento, pois se você não tem controle de para onde vai o seu dinheiro, não consegue tomar decisões conscientes e fica sempre refém do cartão de crédito, de empréstimos ou mesmo de uma vida onde você só trabalha e não tem prazer nenhum, porque está o tempo todo em função de ter o suficiente para viver.

Não precisa ser assim. Tendo um orçamento pessoal organizado, você tem um raio x da sua relação com o dinheiro e com o consumo, e passa a ter uma gestão financeira ativa. Isso muda a sua vida.

Como fazer o orçamento pessoal?

Comece listando todas as suas fontes de renda e todas as despesas. Depois de listar tudo, é hora de calcular a renda identificando todas as fontes: salários, rendimentos de aplicações financeiras, aluguéis, benefícios sociais, pró-labore, enfim, todo o dinheiro que entra pra você de forma regular. A soma dessas entradas é a sua renda total mensal ou anual e é importante que você considere a renda líquida.

Sabendo qual o total de receitas, hora de saber para onde ela está indo. Para isso, tenha um controle detalhado de todas as suas despesas: moradia, alimentação, transporte, educação, saúde, lazer, dívidas, etc. Aqui entra absolutamente tudo onde você gasta.

Depois de listar tudo, agrupe e some as despesas em duas categorias:

  • Despesas fixas: tudo o que você paga periodicamente e que têm um valor fixo ou com pouca variação, e que independe do nível de consumo.
  • Despesas variáveis: aquelas cujo valor depende do consumo.

Depois disso, diferencie na sua lista os gastos imprescindíveis e prescindíveis, pois saber isso será estratégico na sua gestão financeira.

No início pode parecer trabalhoso, especialmente se você nunca fez nenhum controle. Entretanto, depois que você fizer o primeiro, atualizá-lo mensalmente não vai tomar mais do que alguns minutos e o resultado disso vai te surpreender.

Eu fiz uma aula sobre como ter mais dinheiro em 2025 e nela deixei uma planilha de controle financeiro para download. Sugiro que você baixe a planilha que é gratuita, e experimente essa sensação de liberdade que um bom controle financeiro proporciona.

Quando você tem na palma da mão informações exatas, ganha autonomia para tomar decisões financeiras mais conscientes e seguras. Te garanto que o prazer e tranquilidade que isso dá é algo que você não vai mais querer perder.

 

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