Allianz Trade prevê crescimento económico para Portugal de 1,3% em 2025

A Allianz Trade, empresa mundial em Seguro de Crédito, divulgou o seu relatório de previsões económicas para 2025-2026, destacando tanto os desafios quanto as oportunidades para as economias europeias e globais.

Em Portugal, as previsões indicam que o crescimento económico terá ficado em 1,5% em 2024, com uma expectativa de recuo para 1,3% em 2025.

Este abrandamento reflete uma maior contribuição das exportações, enquanto o consumo privado, que foi o motor do crescimento no último ano, deverá apresentar um ligeiro arrefecimento, antecipa a seguradora internacional.

Na Zona Euro, a previsão é de um crescimento modesto de apenas 1,2% em 2025, com uma ligeira recuperação para 1,5% em 2026. Grandes economias da região, como a Alemanha e a França, enfrentam desafios significativos, incluindo crises políticas internas e constrangimentos estruturais nos setores industriais.

Contudo, espera-se que os fundos europeus, como o Next Generation EU, continuem a promover investimentos, incluindo em Portugal, que ainda tem 55% dos fundos disponíveis para utilização até 2026.

A nível global, o PIB deverá crescer 2,8% em 2025-2026, com economias emergentes, como a China, a liderar esse crescimento com uma média de 4,1%.

Em contrapartida, as economias desenvolvidas deverão continuar a apresentar crescimentos mais moderados, variando entre 1,2% e 2,3%.

A inflação global deverá finalmente recuar para 2% em 2025, suportada por diferentes dinâmicas regionais.

Nos Estados Unidos, a inflação deverá estabilizar em torno de 2%, após uma política monetária restritiva que começou a mostrar resultados em 2024.

Na Zona Euro, a expectativa é de uma inflação média de 2,1%, com variações entre países, como a Alemanha (2%) e a França (2%), refletindo as particularidades de cada mercado.

Em Portugal, a inflação deverá reduzir-se de 2,4% em 2024 para 1,9% em 2025, permitindo uma recuperação gradual do rendimento real das famílias e um suporte contínuo ao consumo privado.

Essa estabilização da inflação permitirá aos principais bancos centrais, como o Banco Central Europeu (BCE), iniciar uma flexibilização gradual das taxas de juro no final de 2025, o que será essencial para avaliar as condições financeiras em economias vulneráveis da Zona Euro.

Entretanto, apesar das melhorias esperadas, o cenário económico global continua sujeito a riscos políticos e geopolíticos significativos. As tensões entre os Estados Unidos e a China, a instabilidade política em economias-chave da Zona Euro e os conflitos no Médio Oriente poderão afetar a confiança dos mercados e a estabilidade económica em 2025-2026.

Além disso, o ambiente económico desafiador deverá refletir-se num aumento de 2% nas insolvências em 2025, com níveis a estabilizarem em 2026.

Em Portugal, espera-se um aumento moderado das insolvências, acompanhado por condições de financiamento mais apertadas e desafios adicionais para empresas que operam em setores dependentes das exportações ou que estão altamente endividadas.

A transformação digital do setor bancário e as melhorias na rentabilidade poderão ajudar a mitigar os riscos de crédito no mercado nacional, salienta a seguradora.