A posse de Donald Trump: como o presidente dos EUA quer mudar a economia, e os efeitos para o Brasil
Republicano visa favorecer a atividade doméstica e limitar a concorrência estrangeira. Primeiras ordens devem impactar a imigração, o setor de energia e a relação com parceiros comerciais. O ex-presidente e então candidato à presidência Donald Trump participa de debate da ABC News, em setembro Win Mcnamee/Getty Images via AFP A posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, acontece nesta segunda-feira (20), e já deve trazer consigo uma série de medidas que o republicano vai adotar em seu segundo mandato. Além dos discursos e do cerimonial de troca da Presidência, o dia também terá os primeiros decretos presidenciais, que prometem mudanças relevantes de política econômica dos EUA — e que transbordam efeitos ao redor do planeta, incluindo o Brasil. Trump retorna à Casa Branca com um discurso protecionista, visando favorecer a atividade doméstica e limitar a concorrência estrangeira. Embora setores importantes da economia norte-americana possam se fortalecer, há uma clara pressão inflacionária. O presidente promete mudanças nas políticas de imigração, no setor de energia e nas relações comerciais da maior economia do mundo. Trump espera um aumento de produtividade das empresas, mas há o risco de aumento nos preços pela redução da mão de obra ou pelo efeito de muitas taxas contra concorrentes de fora. Sendo esse o cenário, o Federal Reserve (Fed) terá mais dificuldade de controlar a inflação e poderá ser obrigado a interromper o ciclo de queda das taxas de juros por lá — ou até mesmo aumentá-las. E juros mais altos nos EUA aumentam a rentabilidade dos títulos públicos do país, considerados os mais seguros do mundo. Com o fluxo de dinheiro voltado para lá, o dólar se valoriza frente a outras moedas. Para o Brasil, um real mais fraco significa inflação mais alta. Com juros elevados no exterior, o Banco Central (BC) pode precisar subir a taxa básica de juros brasileira (ou mantê-la alta) para evitar a saída de investidores do país. Por fim, há mudanças importantes no comércio exterior, já que os EUA são o nosso segundo maior parceiro comercial. Entenda abaixo como as medidas podem afetar o Brasil, e o que esperar para os próximos meses. Congresso dos EUA certifica vitória de Donald Trump na eleição presidencial TRUMP: O que esperar da agenda econômica do próximo presidente dos EUA Quais são os impactos para o Brasil? De maneira geral, as medidas econômicas previstas para o mandato do republicano têm caráter inflacionário e devem causar uma série de efeitos por aqui, principalmente em termos de preços e juros. Entre aquelas de maior impacto estão o aumento de tarifas para produtos importados, a redução de impostos domésticos, o apoio à indústria norte-americana e a oposição a incentivos para a transição energética.
Republicano visa favorecer a atividade doméstica e limitar a concorrência estrangeira. Primeiras ordens devem impactar a imigração, o setor de energia e a relação com parceiros comerciais. O ex-presidente e então candidato à presidência Donald Trump participa de debate da ABC News, em setembro Win Mcnamee/Getty Images via AFP A posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, acontece nesta segunda-feira (20), e já deve trazer consigo uma série de medidas que o republicano vai adotar em seu segundo mandato. Além dos discursos e do cerimonial de troca da Presidência, o dia também terá os primeiros decretos presidenciais, que prometem mudanças relevantes de política econômica dos EUA — e que transbordam efeitos ao redor do planeta, incluindo o Brasil. Trump retorna à Casa Branca com um discurso protecionista, visando favorecer a atividade doméstica e limitar a concorrência estrangeira. Embora setores importantes da economia norte-americana possam se fortalecer, há uma clara pressão inflacionária. O presidente promete mudanças nas políticas de imigração, no setor de energia e nas relações comerciais da maior economia do mundo. Trump espera um aumento de produtividade das empresas, mas há o risco de aumento nos preços pela redução da mão de obra ou pelo efeito de muitas taxas contra concorrentes de fora. Sendo esse o cenário, o Federal Reserve (Fed) terá mais dificuldade de controlar a inflação e poderá ser obrigado a interromper o ciclo de queda das taxas de juros por lá — ou até mesmo aumentá-las. E juros mais altos nos EUA aumentam a rentabilidade dos títulos públicos do país, considerados os mais seguros do mundo. Com o fluxo de dinheiro voltado para lá, o dólar se valoriza frente a outras moedas. Para o Brasil, um real mais fraco significa inflação mais alta. Com juros elevados no exterior, o Banco Central (BC) pode precisar subir a taxa básica de juros brasileira (ou mantê-la alta) para evitar a saída de investidores do país. Por fim, há mudanças importantes no comércio exterior, já que os EUA são o nosso segundo maior parceiro comercial. Entenda abaixo como as medidas podem afetar o Brasil, e o que esperar para os próximos meses. Congresso dos EUA certifica vitória de Donald Trump na eleição presidencial TRUMP: O que esperar da agenda econômica do próximo presidente dos EUA Quais são os impactos para o Brasil? De maneira geral, as medidas econômicas previstas para o mandato do republicano têm caráter inflacionário e devem causar uma série de efeitos por aqui, principalmente em termos de preços e juros. Entre aquelas de maior impacto estão o aumento de tarifas para produtos importados, a redução de impostos domésticos, o apoio à indústria norte-americana e a oposição a incentivos para a transição energética.
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